Lula anuncia R$ 108 milhões para cursinhos populares em todo o país

O presidente Lula visitou, neste sábado (18), a cidade de São Bernardo do Campo (SP), seu berço político, para participar de um encontro com estudantes e educadores da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). Todos estão em preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. Lula anunciou investimentos na ordem de R$ 108 milhões em apoio aos alunos no ano que vem.

Durante o evento, o presidente esteve acompanhado do ministro da Educação, Camilo Santana, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em discurso à juventude de São Bernardo do Campo, Lula relatou sua infância no Nordeste, a vinda para São Paulo, o ingresso na política, até chegar ao mandato de presidente da República. “Vocês podem ser o que vocês quiserem”, entoou.

“Eu digo sempre: eu fui comer um pedaço de pão, pela primeira vez, com sete anos de idade, aqui em São Paulo. Eu não tenho diploma universitário. Eu tenho um curso primário e tenho um curso de torneiro mecânico”, disse Lula. “Ninguém, na idade de vocês, tem o direito de desistir, ninguém.”

O presidente falou também sobre a relevância dos investimentos federais em educação, dos embates com o mercado financeiro para mantê-los e do descaso histórico da burguesia brasileira para com a formação da população mais vulnerável.

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“Ninguém é pobre porque quer. Ninguém gosta de se vestir mal, de comer mal, todo mundo quer estar bem. Mas tem um sistema econômico que não permite, em que há uma concentração de riqueza. E as pessoas pobres nascem pobres, o pai nasce pobre, o avô nasceu pobre, e eu acho que a gente não tem que aceitar isso como uma coisa de Deus. Isso é uma coisa dos homens e nós temos que nos rebelar para mudar essa situação”, pregou Lula, sob os aplausos dos estudantes do ABC.

Estar em São Bernardo do Campo e encontrar tantos jovens se dedicando aos estudos me enche de orgulho. Os cursinhos populares mostram que, quando o Estado e o povo caminham juntos, a educação transforma vidas. 📚✨

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— Lula (@LulaOficial) October 18, 2025

Investimentos em educação

O ministro da Educação afirmou que a rede de cursinhos populares já existia no país, mas que o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) foi o primeiro a decidir que o poder público precisava apoiá-la. Camilo destrinchou os investimentos federais para que os jovens brasileiros ingressem na universidade.

“Foi o presidente Lula, que, através de um decreto, criou a rede de cursinhos populares, o CPOP, que nós precisamos fortalecer e transformá-lo em uma política de Estado. Hoje, 384 cursinhos populares estão sendo apoiados pelo Ministério da Educação e pelo governo do presidente Lula”, contabilizou o ministro.

“E vamos anunciar aqui, presidente, o novo edital que vai ser aberto aqui, em dezembro, e vamos chegar a 500 cursinhos CPOP em todo o Brasil”, completou Camilo.

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Ex-ministro da Educação nos primeiros mandatos de Lula, Haddad, por sua vez, elogiou a diversificação das universidades brasileiras, fruto das políticas públicas implementadas ao longo de 20 anos.

“Além de reservar vagas para alunos de escola pública, nós decidimos dividir essas vagas entre brancos e negros na proporção de cada estado brasileiro. Na Bahia, é uma proporção. Em Santa Catarina, é outra proporção. Mas o negro ia entrar, sim, em uma universidade pública. Porque, antigamente, a gente só via as pessoas negras trabalhando como funcionário da escola. Raramente como professor, raramente como estudante”, observou o chefe da Fazenda.

“E uma universidade é professor, estudante e funcionário. E nós queríamos ver o povo negro representado como professor e estudante também. E hoje, você entra em uma universidade pública, e você vê que ela mudou de cor, ela é mais brasileira, ela é mais autêntica, ela é mais representativa e ela é mais inteligente”, concluiu Haddad.

Rede de cursinhos populares

A CPOP alcança cursinhos populares em todo o país. O objetivo da inciativa é garantir suporte técnico e financeiro para a preparação de alunos e alunas socialmente desfavorecidos que buscam ingressar na educação superior por meio do Enem.

Essa política pública está a cargo da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC).

Da Redação, com informações do Ministério da Educação