Lula assina manifesto que defende vacina universal e de graça

O abaixo-assinado foi lançado neste domingo (28) por 105 personalidades globais, entre ex-chefes de estado, prêmios Nobel, empresários, líderes religiosos e ativistas

Ricardo Stuckert

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos signatários da iniciativa do Yunus Centre, do Nobel de Economia Muhammad Yunus, para que uma futura vacina contra o coronavírus seja um bem comum global, distribuída gratuitamente para todos os seres humanos.

O abaixo-assinado foi lançado neste domingo (28) por 105 personalidades globais, entre ex-chefes de estado, prêmios Nobel, empresários, líderes religiosos e ativistas. O manifesto pode ser assinado no site do instituto, que traz a lista de todos que apoiam esta iniciativa.

Ao lado de Lula estão Malala Yousafzai, Bono Vox, Anne Hidalgo, Adolfo Pérez Esquivel, Mikhail Gorbachev, Mary Robinson, George Clooney, Desmond Tutu, Mo Ibrahim, Matt Damon, Leymah Gbowee, Romano Prodi, Vicente Fox e Samuel Khan, entre outros.

O objetivo do manifesto é que as Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde, governos, fundações, entidades filantrópicas, comunidade científica e empresas se juntem para que a vacina seja de todos, e não um produto de um país ou empresa.

Sede da Fiocruz no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

Corrida pela vacina

Recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que há 141 candidatas a vacinas sendo investigadas, das quais 16 já na fase de testes clínicos em humanos. A vacina em estágio mais avançado, de acordo com a OMS, é a produzida pela Universidade de Oxford,  que será testada no Brasil.

Neste final de semana, o governo brasileiro anunciou parceria com a Universidade de Oxford e com a empresa AstraZeneca para produção e testes da vacina. O acordo com a Universidade de Oxford prevê a produção de 30 milhões de doses. A distribuição, no entanto, só será feita se comprovada a eficácia da imunização.

No caso da vacina da Universidade de Oxford, o acordo prevê a transferência da tecnologia para a Fiocruz, que vai poder produzir a vacina. Inicialmente, o instituto receberá a tecnologia e os insumos para produção das doses. A ideia, no entanto, é que a Fiocruz passe a dominar todas as cadeias de produção.

Também no final de semana, o grupo farmacêutico chinês China National Biotec Group (CNBG) informou que também detém vacina já em fase de testes. De acordo com a empresa, a vacina se mostrou capaz de imunizar todas as pessoas que receberam as doses. Foram feitos testes em 1,1 voluntários.

De acordo com especialistas, as pesquisas evoluíram em uma velocidade nunca vista, mas ainda são muitas as dúvidas sobre a eficácia imunológica das vacinas. Outra dificuldade que precisa ser vencida é a capacidade industrial e tecnológica instalada nos países para a produção em massa da vacina.

O Brasil tem uma vantagem estratégica nessa corrida devido ao seu acúmulo científico na área e a eficiência de seus laboratórios e cientistas, do que são exemplos a Fiocruz e o Instituto Butantã. Mas, até que vacina seja testada, aprovada e produzida, as medidas preventivas, de cuidados e de isolamento social precisam ser mantidas, alertam especialistas.

Instituto Butantã, em São Paulo

A carta de Muhamamd Yunus

The Appeal says:

A pandemic clearly exposes the strength and weaknesses of healthcare systems in every country and highlights the obstacles and inequities in gaining access to healthcare. The effectiveness of the upcoming vaccination campaign will depend on its universality.

We appeal to governments, foundations, philanthropists and social businesses to come forward to produce and/or distribute the vaccines all over the world for free. We invite all social, political, and health entities to re-affirm our collective responsibility for the protection of ALL vulnerable persons without any discrimination whatsoever.

We are pleading to all world leaders including the Secretary-General of the United Nations, Director General of the World Health Organization, religious leaders, social and moral leaders, leaders of research laboratories and pharmaceutical companies and the media to join hands and ensure that in the case of a COVID-19 vaccine, we have a global consensus that it must be deployed as a global common good.

We invite everyone to join the pledge at VACCINECOMMONGOOD.ORG .

I hope your esteemed institution will do its best to spread this message and join our pledge.

Professor Muhammad Yunus

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast