Lula: “Não temos direito de ficarmos quietos diante da destruição do país”

Ao participar de aula aberta ao lado de Fernando Haddad, Lula convoca jovens a lutar pelo Brasil. “Temos que gritar, protestar e, no dia 2 de outubro, votar e tirar quem que está aí”

Ricardo Stuckert

Lula e Haddad: os dois voltam a se encontrar no próximo sábado, em evento no Vale do Anhangabaú

Ao participar de uma aula aberta na Universidade de São Paulo, na noite de segunda-feira (15), Lula chamou a juventude para lutar por um Brasil melhor. “Nós não temos o direito de ficar quieto com a destruição que está em marcha neste país”, disse, tendo ao seu lado Fernando Haddad, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo (assista à íntegra no fim desta matéria).

“Nós temos que gritar, nós temos que protestar. E, quando chegar no dia 2 de outubro, a gente tem que votar. E o voto significa tirar quem que está aí”, completou, sendo imediatamente aplaudido pelas milhares de pessoas que o assistiam.

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Lula disse que estas eleições são as mais importantes que o país já teve. “Nela, será decidido o Brasil que queremos, o dos livros ou o das armas”, afirmou. Em seguida, lamentou que Jair Bolsonaro esteja fazendo o país andar para trás.

“Esse país retrocedeu. Esse país, que chegou a ser a sexta economia do mundo, voltou a ser a 13ª. Esse país, que era motivo de orgulho em todos os continentes, virou pária, porque ninguém quer receber o presidente da República, e ninguém quer vir aqui, porque todo mundo sabe que tipo de gente está governando este país.” 

“A gente vai recuperar este país” 

Candidato a governar o Brasil de novo, Lula disse saber que a situação do Brasil hoje está pior do quem em 2002, quando ele foi eleito pela primeira vez. Mas garantiu ser possível consertá-lo com a mobilização da sociedade.

“Se vocês estiverem dispostos, a gente vai recuperar este país. A gente vai acabar com a inflação, não vai ter mais mulher na fila do osso, ela vai estar comprando carne para comer”, garantiu.

Em seguida, mostrou indignação: “Nós tínhamos acabado com isso. Isso não existia mais no Brasil. Agora, você anda na rua, tem gente com papel pedindo comida. E parece que a gente perdeu o direito de ficar indignado, o direito de se revoltar. Não é possível que um país, que é o terceiro produtor de alimento do mundo, primeiro produtor de proteína animal do mundo, tenha gente dormindo sem ter um bocado de comida. Não é possível que isso não mexa conosco”.

Oportunidade para os mais pobres

Lula celebrou o fato de, após seu governo, os jovens negros e da periferia tenham tido acesso à universidade pública. “Antes da gente entrar no governo, universidade era coisa de rico. Não tinha negro nesta universidade, aqui não tinha gente da periferia. Hoje, a gente percebe que mudou a cor das universidades. E precisa mudar mais, porque é esse o país real”, defendeu.

“Eu só vou sossegar quando o filho de uma empregada doméstica puder sentar no mesmo banco de universidade da filha da patroa e disputar a mesma vaga em igualdade de condições”, continuou. “Para isso, nós precisamos garantir comida, emprego, salário para as pessoas. Quando todo mundo tiver as mesmas condições de disputar uma vaga, a gente vai ver quem é inteligente. E eu estou convencido de que o povo pobre precisa apenas de uma oportunidade”, concluiu.

Haddad exalta Lula: “Grande educador”

Ao falar um pouco antes, Fernando Haddad, que foi ministro da Educação de Lula, exaltou justamente o fato de o ex-metalúrgico ter sido o presidente que mais criou vagas em universidades na história do Brasil. 

“Se, por educador, a gente entende não apenas aquele que entra na sala de aula para educar, mas aquele que oferece a oportunidade do encontro entre o educador e o educando, nós estamos na presença de um dos maiores educadores deste país”, definiu Haddad.

Da Redação

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