Lula: nova política industrial deve ter R$ 6 bi de investimentos em tecnologia

Durante a live Conversa com o presidente, nesta terça (11), chefe do governo disse que proposta para o setor está pronta e será levada para discussões no Conselhão

Ricardo Stuckert

Lula, durante bate-papo com Uchôa: aposta em uma política industrial "para valer"

O presidente Lula anunciou que o governo vai apresentar uma proposta de política industrial para ser discutida pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o Conselhão. Durante a live Conversa com o Presidente, nesta terça-feira (11), Lula destacou que as perspectivas são animadoras. Segundo ele, só na área de inovação tecnológica, a previsão é de investimentos da ordem de R$ 6 bilhões.

O presidente detalhou que a proposta foi fechada a partir das discussões realizadas durante a reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) do dia 6. O encontro marcou a retomada desse colegiado, que foi criado em 2004 e não se reunia desde 2015.

“Nós aprovamos um arcabouço de uma proposta de política industrial que deve ser discutida no Conselhão, agora, para que a gente tente transformar aquilo numa política a ser colocada em prática pelo governo. Só para você ter ideia: de inovação, há uma perspectiva de até 6 bilhões de reais. Então, tem que ser uma política industrial para valer”, afirmou Lula.

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O presidente citou alguns setores que podem ser impulsionados pela nova política industrial brasileira. “Além da gente fazer investimento, fazer inovação, nós temos que discutir que nicho de indústria a gente vai querer crescer. A gente vai recuperar a indústria de óleo e gás? A gente vai recuperar a indústria naval? A gente vai ter uma indústria de papel e celulose, com papel de fina qualidade, não apenas exportando celulose?”, questionou, acrescentando que a indústria da saúde também está nesse escopo, “porque o SUS é um grande mercado consumidor”.

Durante a live, o presidente também comentou importantes avanços na economia e os resultados das políticas do governo para gerar emprego e renda e promover a inclusão social. Além disso, voltou a cobrar a redução da taxa básica de juros (Selic), que o Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, insiste em manter no patamar extorsivo de 13,75%, o maior do mundo.

“A economia vai voltar a crescer, a inflação vai continuar caindo, os juros vão ter que baixar, portanto, é claro que o juro precisa baixar para que a gente possa ter crédito disponibilizado a custo baixo, para o povo que queira empreender possa pegar dinheiro emprestado”, disse Lula. “A inflação está caindo, e, logo logo, vai baixar a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central é teimoso, é tinhoso, mas não tem mais explicação”, afirmou.

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Segundo ele, com a queda dos juros, o cenário econômico e social do país vai melhorar ainda mais. “E aí a gente vai começar a melhorar o salário, a gente vai fazer mais políticas de inclusão social, a gente vai investir muito na pequena e média empresa, no pequeno e médio empreendedor, e tudo vai voltar à normalidade nesse país. É isso que eu quero: o Brasil voltar à normalidade, com as pessoas felizes, com as pessoas vivendo bem, com as pessoas convivendo”, disse.

O presidente também reafirmou o compromisso de governar para todos os brasileiros, mas com atenção especial aos mais necessitados. “Mesmo a parcela da sociedade que não gosta do PT, não acredita no PT sabe que nós tratamos com seriedade as coisas que nós assumimos publicamente. E cuidar desse povo é a nossa missão. Fazer com que o povo melhore de vida é a nossa missão. Gerar emprego é a nossa missão. E nós vamos fazer. Vamos fazer porque nós temos credencial histórica para repetir com sucesso tudo aquilo que nós já fizemos nesse país”, pontuou.

Reforma tributária

Ao falar sobre a aprovação da reforma tributária na Câmara, Lula afirmou que “foi uma semana muito importante para o Brasil”, não apenas para o governo. Disse esperar que o Senado também aprove a matéria.

“Vamos conversar com o presidente do Senado, agora, para compreender a necessidade, o momento histórico que o Brasil está vivendo. Nós precisamos garantir que o Brasil não jogue fora mais uma oportunidade. Você percebe que as pessoas que estavam pessimistas estão vendo o dólar cair, estão vendo a economia crescer, estão vendo sinais de que o salário vai crescer, estão vendo sinais de que o emprego vai crescer, ou seja, as pessoas estão ficando mais otimistas”, declarou Lula.

Amazônia

Ainda durante a live, o presidente destacou a importância da reunião técnico-científica da Amazônia, realizada, na semana passada, em Letícia, na Colômbia, quando ele defendeu, ao lado do presidente colombiano, Gustavo Petro, o protagonismo dos oito países amazônicos na defesa da biodiversidade da região.

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“Nós queremos pegar toda a Amazônia da América do Sul e fazer disso um instrumento de negociação com o mundo desenvolvido para que a gente possa se desenvolver e gerar empregos para as pessoas que moram na Amazônia: os indígenas, os pescadores, os povos ribeirinhos, as pessoas que moram em comunidades. Nós precisamos fazer com que essa gente tenha dignidade na sua vida, ganhe salário, ganhe uma renda razoável”, disse o presidente.

Ele voltou a cobrar dos países desenvolvidos o cumprimento do compromisso de apoiar as nações em desenvolvimento na preservação ambiental. “É preciso que a gente negocie com o mundo desenvolvido. Eles prometeram dar 100 bilhões de dólares por ano, em 2019, em Copenhagen, até agora esse dinheiro não saiu. E nós vamos atrás, porque nós estamos juntando todos os países que têm floresta na América do Sul, e estamos juntando os dois Congos, e estamos juntando a Indonésia, que são os países que mais detêm florestas em pé”, afirmou.

Segundo ele, a questão ecológica, além de importante para a vida no planeta, é “um ativo econômico extraordinário para um país do tamanho do Brasil”.

Conforme ressaltou o presidente, “tem que pegar esse oceano de oportunidades e chegar num momento de desenvolvimento do Brasil para que o Brasil seja transformado num país definitivamente rico, que sustente, com qualidade de vida, o seu povo. É isso que a gente quer”.

Da Redação

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