Lula: “Orçamento de Bolsonaro é o menor investimento da República” 

Em entrevista a rádio de São Paulo, Lula explica que, com a política de Bolsonaro, a economia do Brasil não conseguirá se recuperar. “Se o governo não investe, quem vai investir?”  

foto: Ricardo Stuckert

Lula: A verdade venceu mais uma vez

Em entrevista à rádio CBN Vale do Ribeira, nesta quarta-feira (26), Lula lamentou que o governo Bolsonaro insista em uma política econômica que não traz empregos e melhores condições de vida para a população.

“Hoje, vivemos no Brasil uma situação em que não há um gesto do governo federal de investimento. Se você analisar o Orçamento que o Bolsonaro aprovou agora, você vai perceber que é o menor investimento do governo em toda a história da República”, ressaltou o ex-presidente, mencionando os diversos cortes que Bolsonaro promoveu no Orçamento de 2022. 

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Ao agir dessa maneira, explicou Lula, o atual governo deixa de desempenhar o fundamental papel de impulsionar a economia. “Se o governo não investe, não é indutor do investimento, quem vai investir? Se você fosse empresário e percebesse que o governo não acredita nele mesmo, por que você tiraria seu dinheiro da conta do banco para fazer investimento?”, questionou (veja trecho abaixo e assista à íntegra da entrevista no fim desta matéria).

Lula acrescentou que, caso seja candidato e vença as eleições deste ano, trabalhará para que o Estado volte a investir no país, como foi feito em seu governo. “Tenho muito orgulho de, no tempo que o PT governou o Brasil, ter gerado 22 milhões de empregos formais, com carteira de trabalho assinada. E, no período do meu governo, 87% dos acordos firmados pelo movimento sindical tiveram aumentos reais, acima da inflação”, lembrou. 

Segundo o ex-presidente, esses números significam crescimento econômico. “Na hora em que você cria mercado, cria consumo, cria poder de compra, esse consumo gera emprego na fábrica, gera emprego no comércio e faz a economia funcionar corretamente, gerando muitos empregos e muitas oportunidades”, disse.

Jair Bolsonaro, infelizmente, leva o Brasil para o caminho oposto. “Nós estamos com a economia atrofiada. O Estado não tem capacidade de investimento, está permitindo a falência das universidades, diminuiu a verba da ciência e tecnologia. (…) Menos investimento é menos emprego, menos emprego é menos salário, menos salário é menos consumo, menos consumo significa empobrecimento do país.”

É possível recuperar o Brasil

Lula sabe do tamanho do desafio que o próximo presidente terá, uma vez que o Brasil está hoje ainda mais desestruturado do que estava em 2003, quando ele chegou à Presidência. Mas ele sabe que é possível recuperar o país, começando pelo desenvolvimento econômico. 

“O problema não é só ganhar as eleições, mas ganhar e conseguir consertar o país. A inflação está maior, o custo de vida está maior, o desemprego está maior, os prejuízos salariais estão muito maiores. As instituições estão muito prejudicadas, o Congresso Nacional hoje domina o governo, que não governa; as instituições precisam ser reconquistadas para funcionar de forma harmônica. Daí porque as alianças políticas se fazem necessárias”, analisou.

E avisou que, se voltar a ser presidente, é para fazer ainda mais do que fez entre 2003 e 2010. “Se eu voltar a governar este país é para fazer mais do que eu fiz, e isso significa me dedicar muito mais, trabalhar muito mais, conversar muito mais, ter muito mais aliados para que a gente possa ter tranquilidade para fazer as mudanças de que o Brasil necessita e o povo voltar a ter esperança e cidadania neste país.”

Lula lembrou ainda que um país rico é um país justo. “A economia não cresce enquanto tiver milhares de pessoas dormindo na sarjeta e na rua, a economia não cresce enquanto você tiver 19 milhões de pessoas passando fome. Isso não é modelo de desenvolvimento”, ressaltou.

“Por isso eu tenho dito: a solução é a gente colocar o pobre no orçamento e o rico, no importo de renda. O rico não paga imposto sobre dividendos. É preciso que o rico compreenda que ele tem que pagar mais imposto que o cara que ganha salário mínimo. E, na minha opinião, o cara que ganha até cinco salários mínimos não deveria pagar imposto de renda. É preciso a gente criar no país a consciência de que as pessoas paguem de forma proporcional àquilo que ganham”, defendeu, lembrando uma de suas propostas em 2018, que, por sinal, Bolsonaro copiou, prometeu fazer, mas nunca cumpriu. 

Da Redação

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