Maio das Trabalhadoras | O que querem as mulheres metalúrgicas

Conversamos com Marli Melo, diretora do sindicato dos metalúrgicos em Campina Grande-PB e Secretária Nacional de Mulheres da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT)

Este é o Especial “Pelo que lutam as trabalhadoras”, iniciativa do projeto Elas Por Elas para a semana que celebra o 1 de maio, dia do trabalho. Diante dos desafios contemporâneos, conversamos com mulheres dirigentes de diversas categorias para difundir e compartilhar as demandas das mulheres da classe trabalhadora. Começamos com o pé na nossa história de fundação com as mulheres metalúrgicas.

Marli Melo do Nascimento, dirigente metalúrgica de Campina Grande-PB

 

Nós somos apenas 18,2% da categoria metalúrgica. Nossas dificuldades são a desigualdade salarial, estar em cargos de chefia, jornada exaustiva, setores insalubres, assédio moral, sexual, racismo e a hostilidade, inclusive, dos próprios companheiros do chão de fábrica

Marli Melo do Nascimento é Secretária Nacional de Mulheres da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT) e diretora do sindicato dos metalúrgicos em Campina Grande, PB, desde 1993.

Ela já foi presidenta do sindicato dos metalúrgicos em Campina Grande por duas gestões, sendo eleita e reeleita, entre 2003 e 2010. Em 2009, Marli assumiu como titular do Conselho Fiscal da CNM e, em 2011, assumiu a Secretaria Nacional de Mulheres e segue atualmente na segunda gestão.

Nós somos apenas 18,2% da categoria metalúrgica. Nossas dificuldades são a desigualdade salarial, estar em cargos de chefia, jornada exaustiva, setores insalubres, assédio moral, sexual, racismo e a hostilidade, inclusive, dos próprios companheiros do chão de fábrica

Marli sempre participou de atos com o PT e, mais recentemente, em 2018, filiou-se ao partido. Agora, ela faz parte do coletivo “Sem Medo de Ser Feliz” e reforça: “Acredito que estou filiada ao melhor partido, acredito que somos a diferença, pois queremos um país forte, com dignidade e respeito”, reforça.


1) Quais são as principais reivindicações das mulheres metalúrgicas atualmente?

A desigualdade entre homens e mulheres não é muito diferente quando se trata do ramo metalúrgico. Nós somos apenas 18,2% da categoria. Nossas dificuldades são a diferença de remuneração, de participação nas ocupações em cargos de chefia, jornada de trabalho exaustiva, setores insalubres, assédio moral, sexual, racismo,a hostilidade inclusive dos próprios companheiros do chão de fábrica

 

2) Quais as principais dificuldades de ser mulher dentro da categoria metalúrgica? 

A redução na jornada de trabalho, a diferença salarial de gênero,a precarização no local de trabalho, sindicalização para mais mulher na direção dos sindicatos. Apesar de alguns avanços conquistados para as trabalhadoras metalúrgicas nos últimos anos, está diminuindo a sua participação relativa à categoria.

 

3) Quais são as perspectivas de organização e conquistas para 2022 e no próximo período?

Conquistar igualdade efetiva de salários, redução da jornada de trabalho e o combate eficaz à violência sexual e moral nos locais de trabalho são desafios permanentes. A negociação de cláusulas referentes às mulheres são importantes, precisa ser ampliada e sua eficácia ser assegurada.

 

Sobre o Especial “Pelo que lutam as mulheres trabalhadoras”

Esta é a segunda matéria do Especial 1 de maio, “Pelo que lutam as mulheres trabalhadoras”. Nele, conversamos com metalúrgicas, domésticas, têxteis, pescadoras, quebradeiras de coco, enfermeiras, servidoras, professoras e diversas outras categorias para repercutir as pautas das mulheres nas mais diversas trincheiras do mundo do trabalho atualmente. Acesse aqui a tag e confira todas as matérias.

Ao longo da semana, publicamos duas entrevistas por dia com o objetivo de dar visibilidade não só para as demandas específicas das trabalhadoras de cada setor, mas também contar uma breve história de militância de cada uma das companheiras que atuam em defesa dos direitos de sua categoria.

E, claro, mais do que nunca, dar espaço para que elas contem o que esperam de 2022 e das perspectivas de reconstrução de um país em que ainda é possível sonhar e concretizar um mundo mais justo e solidário.

Ana Clara Ferrari e Dandara Maria Barbosa, Agência Todas

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