Mais uma vez, PM reprime com truculência atos contra PEC 55

Com bombas, balas de borracha, spray de pimenta e mais de 70 detidos, PM impediu acesso de manifestantes à Esplanada, enquanto Senado aprovava PEC da Morte

(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Manifestação contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55 foi, mais uma vez, reprimida de forma truculenta pela Política Militar. Na tarde desta terça-feira (13), enquanto o Senado aprovava a PEC da Morte, manifestantes se reuniam na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), para protestar contra a medida que vai congelar os investimentos sociais, como saúde e educação, por 20 anos.

Porém, a PM usou de bombas, balas de borracha e spray de pimenta para reprimir o ato e impedir o acesso à Esplanada. Diversos participantes ficaram feridos e mais de 70 pessoas foram detidas com base, supostamente, na Lei da Segurança Nacional.

64 pessoas ainda estão detidas na DPE em BrasíliaO ato contra a PEC 55 que a PM não permitiu que acontecesse nessa terça-feira, 13, resultou com centenas de pessoas detidas no Distrito Federal. Neste momento, parlamentares e advogados acompanham a situação e denunciam o absurdo de querer enquadrar os manifestantes na lei 7170, de 1983. Entulho da ditadura! Segundo a assessoria da Comissão de Direitos Humanos uma lei "Promulgada nos estertores do governo Figueiredo". Entenda.Vídeo: Mídia NINJA

Publicado por Mídia Ninja em Terça, 13 de dezembro de 2016

Mais de 1,5 mil policiais foram destacados para impedir a realização do ato, que reuniu cerca de três mil pessoas, de acordo com a Frente Brasil Popular (FBP).

Para um dos coordenadores da FBP, Igor Felippe, ouvido pelo jornal Brasil de Fato, a ação da PM foi uma verdadeira “operação de guerra”. A própria Frente publicou nota condenando a operação.

“Cerca de 3 mil manifestantes foram reprimidos pelo aparato militar, que colocou tropa de choque, cavalaria e armamento pesado contra movimentos populares da cidade e do campo, sindicalistas e estudantes. Diante da violência do aparato militar, os manifestantes recuaram. A polícia avançou, jogando bombas e ocupando espaços com a cavalaria, os carros e batalhões”, lamentou o dirigente.

A postura da polícia, segundo Igor Felippe, evidencia o posicionamento político do governo sem votos de Michel Temer (PMDB).

“Um governo ilegítimo não tem como conviver com manifestações democráticas. O direito de manifestação é desrespeitado. O plano deles é fechar a Esplanada e impedir protestos para impor o programa neoliberal. Precisamos resistir ao avanço do Estado de Exceção”, ressaltou.

 

Há uma criminalização crescente dos movimentos populares, na avaliação do dirigente Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Distrito Federal, Marco Antonio Baratto.

“A tendência agora é que todo ato na Esplanada ocorra com bastante repressão. Estamos vivendo um momento muito tenso na política. Os militantes organizados não têm mais nem o direito de se manifestar contra aquilo de que discordam. Estão querendo tratar todo mundo como organização criminosa. Agora nos cabe intensificar as lutas”, avaliou Baratto.

O senador e líder da minoria, Lindbergh Farias (PT-RJ), repudiou a violência da PM e informou que a oposição está estudando ações para buscar a responsabilização do governo pela conduta da polícia.

“É um escândalo o que está ocorrendo neste País e a extrema violência contra as manifestações faz parte do projeto do golpe. Até os jornalistas têm que cobrir as manifestações com capacetes, com proteção, etc”, afirmou.

Outros parlamentares petistas também criticaram a ação da PM e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados acompanhou o caso dos manifestantes presos.

Comissão de Direitos Humanos denuncia: Mais de 60 manifestantes estão presos em Brasília com base na Lei de Segurança Nacional

Publicado por Afonso Florence em Quarta, 14 de dezembro de 2016

 

 

Mobilização na capital paulista

Em São Paulo, as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular também organizaram ato contra a aprovação da PEC 55. Os participantes se concentraram na Praça do Ciclista e seguiram em caminhada pela avenida Paulista.

A população gritava “Fora, Temer” e pedia um referendo sobre a PEC da Morte. Para Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), a aprovação é a maior ofensiva contra o povo brasileiro desde o fim da ditadura militar.

“Congelar investimento social por 20 anos é um escalabro. Esta mobilização tem o objetivo de manifestar a completa indignação e insatisfação com a aprovação dessa PEC e também exigir um referendo. O Congresso e o Senado não têm autoridade moral para tomar uma decisão como essa e decidir em nome do povo brasileiro. Precisa ter um referendo para saber se o povo quer ou não congelar gasto público por 20 anos”, disse.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Brasil de Fato

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