Maria Rita Kehl: Faltou reação popular forte às ditaduras no Brasil

Psicanalista participou, na tarde deste sábado (27), de seminário que fazia parte da programação dos 36 anos do PT

Foto: EBC

A psicanalista e integrante da Comissão Nacional da Verdade, Maria Rita Kehl, criticou, durante seminário em comemoração aos 36 anos do Partido dos Trabalhadores, neste sábado (27), o apoio de parte da sociedade brasileira à ditadura e a tentativa da elite de voltar ao poder, “com força total”. 

“Vamos aos poucos recebendo o retorno do pau de aroeira da elite, que tenta voltar com força total. (…) O espantoso foi perceber, aqui no Brasil, o apoio, o silêncio, a falta de reação popular forte as ditaduras militares”, criticou.

Durante a mesa de debate, organizada pela Fundação Perseu Abramo (FPA), no Rio de Janeiro, Maria Rita voltou a agradecer a presidenta Dilma Rouseff por ter criado a Comissão Nacional da Verdade, em 2011. No entanto, ela relembrou que o grupo não teve forte apoio popular e classificou os resultados como “pífios”.

“Esse país dificultou muito as gestões petistas. Eu devo prestar homenagem à presidenta Dilma por ter criado, 21 anos depois que terminou a ditadura, a Comissão Nacional da Verdade. Também foi o último país da América Latina a criar uma comissão da verdade. Tão tardiamente que nossos resultados foram pífios, se houvesse mais pressão popular talvez tivesse abertura de mais arquivos”, explicou. 

“O conservadorismo brasileiro atingiu até a Comissão da Verdade”, completou a psicanalista. 

Além disso, Maria Rita também criticou a militarização das polícias brasileiras, que reprimem cidadãos “como se fosse uma guerra”. “Essa polícia militarizada (a do Brasil) é a única de todos que mata mais do que matou durante a ditadura”, citou.

A psicanalista elogiou a gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e a mudança de cultura, como a abertura de espaços públicos para a população. “Haddad está fazendo de SP uma cidade com vida de rua. É a recuperação da noção de espaço público numa cidade que até pouco tempo atrás parecia que existia para contentar os carros e a especulação imobiliária”, lembrou.

Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias

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