Mídia estrangeira atenta ao agravamento da crise no Brasil

A revista americana ‘The Atlantic’ diz que a pandemia está apenas começando no país, enquanto o jornal alemão ‘Frankfurter Allgemeine Zietung’ trata da estratégia mortal  de Bolsonaro, que joga com o vírus

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A imprensa internacional continua a repercutir a crise sanitária e questionar o comportamento irresponsável do presidente Jair Bolsonaro. Nos Estados Unidos e na Europa, a conduta do líder de extrema-direita é considerada perigosa por toda a mídia, preocupada com a situação brasileira. O consenso é que o país está sem condições de enfrentar a pandemia pela falta de responsabilidade do presidente.

A revista americana ‘The Atlantic’ aborda o impacto da pandemia no país, em reportagem publicada neste domingo (10). “A pandemia do Brasil está apenas começando”, diz o título da matéria, assinada por Uri Friedman. “O país mais atingido da América Latina está enfrentando uma ‘tempestade perfeita’, à medida que a desigualdade colide com o Covid-19”.

A revista traz uma estimativa de 100 mil mortes e aponta Bolsonaro como “um dos principais negacionistas do coronavírus do mundo”. O texto denuncia que o presidente vem pressionando para aliviar as restrições de distanciamento social e reabrir a economia, o que poderia acelerar a propagação do Covid-19. “O vírus também está se misturando toxicamente com as mais feias condições subjacentes do Brasil – mais significativamente, seu status como um dos países mais desiguais do planeta”, destaca a revista.

Na Europa, o jornal alemão‘Frankfurter Allgemeine Zietung’ também critica Bolsonaro, que faz um jogo perigoso com o vírus, denunciando como “estratégia mortal” o modo com o presidente lida com a doença: “Bolsonaro considera o medo do coronavírus exagerado. A economia é mais importante para ele do que a proteção contra doenças”, noticia o jornal, em artigo de Dennis Kremer. Ele critica: “A coisa irritante não é o cinismo óbvio. Não é que Bolsonaro, conhecido por não ser tão preciso com fatos científicos, não tenha dito bobagens sobre a duração dos efeitos do vírus e a possível disseminação. Mas que seus seguidores sempre o animem freneticamente após essas frases”.

Nos Estados Unidos, o jornal ‘Washington Post’ relata, em reportagem publicada nesta segunda-feira, que enquanto outros países procuram se abrir, o Brasil não consegue encontrar uma maneira de fechar. “Em vez de unificar o país contra uma ameaça comum, a resposta à pandemia está dividindo ainda mais essa sociedade profundamente polarizada”, diz a reportagem. “Bolsonaro, cujo instinto é não fazer nada, jogou para os governadores estaduais, que por sua vez assumiram a responsabilidade de implementar medidas mais estritas aos municípios”.

O inglês ‘The Guardian’ noticia o passeio de Bolsonaro de jet ski, de sua participação em um churrasco no Lago, enquanto cresce o número de vítimas. “O presidente provocador do Brasil continuou descartando o coronavírus, dando um giro em um jet-ski para um churrasco flutuante e atacando a ‘neurose’ do Covid-19 quando o número de mortos em seu país subiu para mais de 10 mil”, escreve Tom Phillips, correspondente no Brasil.

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