Militantes da Europa levam solidariedade a Lula em Curitiba

Grupo ‘Somos Uma Ideia’ é composto por mulheres de cinco países que se uniram para exigir a liberdade do ex-presidente em visita a Vigília Lula Livre

Joka Madruga/Agência PT

Suzete Lima Kourliandsky na Vigília Lula Livre

Doze mulheres de cinco países se uniram para defender a libertação de Lula e a democracia brasileira criando o grupo Somos Uma Ideia, com integrantes da França, Alemanha, Espanha, Portugal e Brasil. Suzete Kourliandsky é uma delas e visitou a Vigília Lula Livre nessa terça-feira (14). “Amanhã é o dia do registro da candidatura de Lula e estamos aqui para trazer nossa solidariedade a ele”, disse.

Suzete é brasileira e mora desde 2011 em Paris, onde criou o Comitê Liberez Lula. Filiada ao PT desde 1984, ela mostra disposição para a luta pela democracia. “Estamos passando por momentos difíceis desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, mas não desistimos do povo brasileiro”.

“Lula não teve do Judiciário o julgamento isento que todo cidadão merece numa democracia”, aponta Suzete. “Sou filha de pais trabalhadores, que morreram sem aprender a ler e escrever, sabemos como a Justiça é corporativa, como é racista, arbitrária e parcial. Não podemos aceitar essa ação da Justiça brasileira”, diz.

A indignação com a prisão de Lula deveria se estender a todas as arbitrariedades cometidas pelo sistema de justiça. “Temos que denunciar a prisão não só de Lula, mas também dos trabalhadores rurais do MST, do Movimento dos Atingidos por Barragens, dos jovens nas periferias das grandes cidades. Enquanto houver gente oprimida, diremos não”, defende.

Suzete divulgou durante a Vigília uma carta do Somos Uma Ideia. O texto, escrito no dia da prisão de Lula, apoia a sua libertação e o direito de ser candidato à Presidência da República. “O golpe de Estado de 2016 afeta todos os trabalhadores brasileiros e serve de modelo para golpistas em todo o mundo. A perpetuação do processo de regressão política no Brasil contamina toda a América Latina. O Brasil precisa da solidariedade internacional para quebrar essa dinâmica, para que ela não se espalhe em outros países”, diz um trecho do documento.

Retornar ao Estado de Direito, interrompendo a escalada autoritária do golpe, é outro ponto defendido pelo grupo. “A solidariedade internacional pode ajudar a libertar Lula, um preso político em um país que está afundando rapidamente em um estado de exceção, em uma nova forma de ditadura, a dos juízes e da maioria dos políticos corruptos que defendem o poder para os muito ricos contra os mais pobres, contra os trabalhadores”, diz o documento divulgado pelo grupo.

Por Luis Lomba, direto de Curitiba para a Agência PT de Notícias

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