Minas com Lula: “Vamos devolver o país ao povo brasileiro no dia 30”

Em Teófilo Otoni, ao lado de lideranças, Lula reacende a esperança dos mineiros: “O único objetivo para voltar é provar que o povo vai comer três vezes ao dia, com emprego, e as crianças terão escola”

Simone Tebet discursa, ao lado de Lula, Marina Silva e o prefeito de Teófilo Otoni (Foto: Ricardo Stuckert)

O prefeito de Teófilo Otoni (MG), Daniel Sucupira (PT) avisou: o povo do nordeste de Minas tomou sua decisão e irá ajudar Lula a devolver o país aos brasileiros no dia 30 de outubro. Aguardado por uma multidão reunida desde cedo para a festa mineira da democracia, nesta sexta-feira (21), o ex-presidente Lula fez uma caminhada acompanhado da senadora Simone Tebet (MDB-MT) e da deputada federal eleita por São Paulo, Marina Silva (REDE).

A comitiva foi recebida pelo vice-governador Paulo Brant. No comício que encerrou o evento, Lula reafirmou que só faz sentido voltar se for para honrar o compromisso de acabar com a fome, gerar emprego ao povo e reajustar o salário mínimo, como fez quando governou.

“O único objetivo para ganhar essas eleições é provar que o povo vai comer três vezes ao dia, que as crianças terão escola de qualidade, que vamos construir escolas para que os jovens possam aproveitar, em tempo integral, o ensino fundamental e médio, onde eles aprenderão uma profissão”, anunciou Lula.

“Temos de fazer mais universidades para que mais brasileiros possam se aperfeiçoar e ter uma profissão”, assegurou. “Quando isso acontecer, não ficaremos exportando apenas soja, milho minério de ferro. Vamos exportar o que tem maior valor agregado, a inteligência”.

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Propostas para mudar o Brasil

Ao criticar governantes como Bolsonaro, que não possuem compreensão das necessidades da população, Lula falou, sem rodeios, das propostas que pretende colocar em prática a partir do dia 1º de janeiro. “Esses governantes que não têm sensibilidade, que não entendem de economia, de povo, dos problemas sociais, não sabem o que quer cada mulher, homem”, explicou. “Queremos o direito de ter um emprego decente para cuidar das nossas famílias, de ter uma casinha para se esconder da chuva e do sol”.

“É por isso que vamos voltar a aumentar o salário mínimo todo ano, que quem ganha até R$ 5 mil não vai mais pagar Imposto de Renda”, detalhou o petista. “Vamos parar de descontar dos mais pobres para aumentar a contribuição dos mais ricos”.

“No Brasil hoje tem muita gente devendo, e não pode pagar: R$ 3 mil, R$ 2 mil, R$ 4 mil”, apontou. “Vamos fazer uma renegociação dessas dívidas para facilitar a vida do povo brasileiro. Para que as pessoas voltem a ter crédito e andem de cabeça erguida”.

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Legado para Teófilo Otoni

Lula listou também algumas das obras marcantes de sua gestão para o povo de Teófilo Otoni.

– 7.900 famílias beneficiários do Bolsa Família;

– 11,5 mil empregos formais;

– 1.600 unidades do Minha Casa, Minha Vida;

– 3,5 mil estudantes beneficiados pelo Prouni e pelo Fies;

– Universidade federal do Vale no Jequitinhonha em Mucuri, em Diamantina e Janaúba;

– 125 bolsas do Ciência sem Fronteiras;

-11 ônibus escolares foram doados à prefeitura;

– 5 postos de saúde entregues, reformados, além da construção de uma UPA.

“Foram investidos, no nosso período, R$ 228 milhões, dos quais R$ 160 milhões só do Minha Casa, Minha Vida”, lembrou ainda Lula. Ele lamentou pelas obras inacabadas após o golpe de 2016. “As casas que ficaram quando cassaram a Dilma até hoje não foram construídas”, relatou.

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Corrupção de Bolsonaro

Lula voltou a condenar Bolsonaro pelo desastre na pandemia e lembrou do esquema de corrupção investigado pela CPI da qual Tebet participou. “Ele tentou montar uma quadrilha com Pazuello para comprar vacina, recebendo US$ 1 por dose comprada”, destacou.

“Ele deve explicações ao povo”, cobrou. “Tem de explicar como não fez nenhuma casa mas conseguiu comprar 51 imóveis para a família com R$ 26 milhões em dinheiro”, desafiou Lula. “Vai ter de explicar as rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. E mais, porque decretou 100 anos de sigilo para as falcatruas que fez”, ressaltou.

Conquista de votos dos indecisos

Lula encerrou o discurso pedindo ao povo que não esmoreça na conquista de votos. “Eu quero que vocês andem casa por casa, ver quem não foi votar no 1° turno e convencer a votar e participar no 2° turno”, enfatizou.

“Vamos todos votar para a vitória ser maior ainda e o povo brasileiro vai voltar a viver democraticamente”, finalizou.

“Bolsonaro virou as costas ao povo na pandemia”

A senadora Simone Tebet lembrou de sua rápida decisão em apoiar Lula, tão logo saiu o resultado do primeiro turno. “Para mim, o povo brasileiro levou apenas um candidato ao segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ama a democracia e sabe que o poder do povo vem do povo. O outro flerta com o autoritarismo”.

Tebet afirmou que a negligência de Bolsonaro custou a vida de milhares de brasileiros na pandemia. “Eu estava lá, ninguém me falou, eu vi”, disse a senadora, em tom de indignação. Para ela, Bolsonaro é  “um presidente desumano, não respeita as famílias, virou as costas pro Brasil no momento em que o povo mais precisou e negou a vacina [contra a covid19]. Ele não respeita as mulheres, não respeita as famílias”, acusou.

“Bolsonaro coloca o poder na frente das pessoas, cortou quase 100% do Minha Casa, Minha Vida, o dinheiro da merenda escolar. O Brasil, que alimenta o mundo, deixa 5 milhões de crianças dormindo com fome todas as noites”, disse Tebet.

“Estou com Lula porque ele tem compromisso com as pessoas, com o Brasil, vai fazer o país voltar crescer, gerando emprego, renda, com carteira de trabalho assinada”, concluiu a senadora.

Veja a galeria de fotos (Ricardo Stuckert):

 

Bolsonaro não gosta do povo

Marina Silva acusou Bolsonaro de não gostar do povo brasileiro. “Bolsonaro não gosta dos pretos, das mulheres, dos indígenas”, falou, para em seguida apresentar as qualidades do ex-presidente. “Lula, quando foi presidente, fez com que o jovem tivesse o Prouni, as mulheres, políticas públicas para ter o que dar de comer às suas famílias, emprego, trabalho”, elogiou.

“Eu e Simone estamos aqui com o testemunho de que é possível unir o Brasil. Bolsonaro quer nos dividir, fala do ódio. Até dentro das igrejas tem briga, confusão, ele usa o nome de Deus em vão. Somos duas mulheres, uma católica, outra evangélica, uma branca, outra, preta. Isso não nos separa, mas nos une”, testemunhou Silva.

“Minas devolverá o Brasil ao povo”

Daniel Sucupira, prefeito de Teófilo Otoni (PT), disse que Lula cuidou da região mineira com o coração. “Seu adversário nunca veio a Teófilo Otoni, ele teve quatro anos para vir aqui, mas ele não tem coragem de olhar para nós”, relatou Sucupira.

“Desde que ele assumiu o povo está sem habitação. Por isso, nossa região já decidiu: Os povos de Minas, o nordeste de Minas terá a capacidade de entregar o Brasil ao povo brasileiro”, festejou o prefeito.

Eleição mais importante

O vice-governador Paulo Brant, que desautorizou o titular Zema e decidiu apoiar Lula, afirmou que é preciso salvar a democracia das mãos de Bolsonaro e Lula é o único que pode fazê-lo. “Essa talvez seja a eleição mais importante desde a redemocratização”, disse Brant. “A única esperança é votar em Lula”.

“O povo de Minas Gerais não vai seguir os conselhos dos coronéis, que estão dizendo que vão virar. Teófilo Otoni é um berço da liberdade em Minas e no Brasil. No dia 30, Teófilo Otoni, Vale do Mucuri e Minas Gerais vão mostrar que o futuro presidente será Lula”, encerrou Brant.

Expressiva votação de Lula em Minas

O líder da bancada do PT na Câmara, Reginaldo Lopes, agradeceu a expressiva votação de Lula em Minas. “Temos um compromisso, vamos ampliar nossa votação aqui. Lula deixou obras por toda Minas Gerais. Aqui no Mucuri fiemos a universidade federal dos vales do Jequitinhonha, o curso de medicina, o  instituto federal”, enumerou Lopes.

“Lula criou o maior programa e transferência de renda, o Bolsa Família e que será permanente, para que possamos vencer e romper o ciclo da pobreza e da desigualdade”, concluiu o deputado.

Da Redação

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