Mulheres negras que entraram para a história do Brasil

No mês da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, conheça mulheres que lutaram pela liberdade e por mais direitos na sociedade

Divulgação

A dívida histórica que o Brasil tem com os negros e negras é gigantesca. Para as mulheres negras uma das grandes consequências enfrentadas por conta da herança escravocrata é uma sociedade que tenta a todo custo as invisibilizar, desde sua estética até suas contribuições para a formação histórica do país.

Elas são as que mais enfrentam a pobreza, a violência e a desigualdade social. Segundo o Mapa da Violência, são as maiores vítimas de homicídio, violência obstétrica e abuso sexual, no país.

Na escola, pouco se fala durante as aulas sobre a memória negra do país além da escravidão, acerca de mulheres negras é ainda mais grave, quase nada é ensinado.

Por isso, no mês em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é fundamental valorizar algumas das mulheres negras que dedicaram suas vidas para mudar a história do Brasil.

Dandara dos Palmares

Muitos sabem quem foi Zumbi dos Palmares, mas poucas pessoas conhecem Dandara, grande lutadora pela libertação das negras e negros. Foi esposa de Zumbi e teve três filhos com ele. Capoeirista, enfrentou batalhas ao lado de homens e mulheres. Não há registros do local de seu nascimento, por isso não se sabe se nasceu no Brasil ou na África.

Maria Firmina dos Reis

Primeira escritora brasileira. Publicou em 1860, no jornal A Moderação, a obra Úrsula, primeiro romance abolicionista. No texto, ela critica à irracionalidade da escravidão. Foi também a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora de primário. Fundou a primeira escola mista para meninos e meninas, e fez tudo isso antes da Lei Áurea.

Antonieta de Barros

Jornalista, fundadora e diretora do jornal “A Semana”, foi a primeira mulher negra eleita deputada federal no Brasil. Nasceu em 1901 e enfrentou inúmeras dificuldades para conquistar espaços que na época não eram ocupados por mulheres, encontrou mais dificuldades ainda por ser negra.

Começou a trabalhar como jornalista em 1920, também foi educadora, além de fundadora do Curso Antonieta de Barros, o qual dirigiu até 1952, ano de sua morte.

Laudelina Campos de Melo

Foi a criadora do primeiro sindicato de domésticas no Brasil. Com 16 anos já atuava em organizações de mulheres negras, aos 20 se tornou ativista da Frente Negra Brasileira. Criou a Associação das Empregadas Domésticas e a Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas, quando não existia legislação trabalhista para essa profissão.

Marielle Franco

A vereadora do Rio de Janeiro, foi a quinta mais votada em 2016. Socióloga com mestrado em Administração Pública, era conhecida como grande defensora dos direitos humanos, em especial as causas das mulheres, negros e LGBTs.

Foi presidente da Comissão de Defesa da Mulher e no início de 2018 assumiu a relatoria de uma comissão de acompanhamento à intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Foi assassinada em 14 de março de 2018, e até hoje o crime segue sem resposta.

Carolina Maria de Jesus

Autora do best seller “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada” em 1960, morou a maior parte de sua vida na favela do Canindé, em São Paulo. Sua obra, assim que lançada, vendeu 10 mil cópias em cerca de uma semana, foi traduzida em mais de duas dezenas de línguas e vendida em mais de 40 países.

O livro traz em forma de poesia a realidade da vida de Carolina, e apesar de sua obra ser reconhecida mundialmente, muitos brasileiros desconhecem.

Antes de se tornar uma notória escritora, trabalhou como catadora de lixo para criar sozinha seus três filhos.

Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast