New York Times e The Guardian apontam parcialidade de Moro

Estadunidense NYT lembrou que a arbitrária prisão de Lula “abriu caminho para a eleição de Jair Bolsonaro”, que mais tarde, lembrou o jornal britânico, nomeou Moro

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A mídia internacional continua reproduzindo o escândalo que tomou conta do noticiário brasileiro desde domingo, após a revelação do portal The Intercept sobre a relação colaboração do então juiz Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato para promover resultados político-eleitorais no Brasil através da atuação da Justiça.

Dois grandes jornais de alcance global que abordaram o tema nesta segunda-feira (10) foram o estadunidense The New York Times e o britânico The Guardian.

A reportagem dos correspondentes Ernesto Londoño e Letícia Casado para o The New York Times diz, em sua manchete, que as descobertas de Glenn Greenwald e sua equipe “levantam questionamentos sobre a Justiça brasileira”. Na matéria, o jornal fala que “o juiz mais badalado do país, que liderou os casos de corrupção mais comentados nos últimos tempos, foi flagrado enquanto aconselhava promotores federais sobre a estratégia que eles deveriam usar”.

Mais adiante, o texto lembra que “a prisão de Da Silva (Lula) abriu caminho para a eleição de Jair Bolsonaro, um político de extrema-direita que, em seguida, nomeou Moro como seu ministro da Justiça, e também ofereceu a ele uma futura vaga à Suprema Corte do país”.

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Por sua parte, o The Guardian publica matéria assinada pelo correspondente Dom Phillips, cujo subtítulo diz que “as conversas de celular vazadas e publicadas pelo The Intercept sugerem que Sérgio Moro, agora ministro da Justiça, manipulou o caso contra o ex-presidente”.

Em seguida, o diário conta que “os promotores também discutiram estratégias para impedir as tentativas de um jornal de entrevistar Lula durante a campanha eleitoral do ano passado (…) pesquisas de opinião indicaram que Lula provavelmente venceria a eleição presidencial de 2018 até ser preso e forçado a sair da disputa. Seu substituto de última hora, Fernando Haddad, foi superado amplamente pelo candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro – que então nomeou Moro como ministro da Justiça”.

A matéria do periódico britânico traz uma entrevista com Celso Melo, professor de ciência política da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Insper), que comenta o ilícito na relação entre o juiz e os procuradores: “é como impedir o outro time de jogar, é como se eles decidissem jogar a bola sozinhos (…) um princípio básico da lei é que aqueles que acusam não julgam”.

Por Revista Fórum

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