Partidos e movimentos sociais se solidarizam com Lula

Notas e mensagens de apoio ao ex-presidente estão sendo divulgadas desde a decisão do STF na quinta-feira (5)

Ricardo Stuckert

Lula nos braços do povo em São Bernardo do Campo

Movimentos sociais, partidos de esquerda e lideranças divulgaram notas e publicaram mensagens de apoio ao ex-presidente Lula nos últimos cinco dias desde a decisão do STF que culminou no pedido arbitrário de prisão pelo juiz Sergio Moro. Em todo o país ações estão sendo realizadas para pedir que Lula fique livre, além de um acampamento permanente em Curitiba, na porta da Polícia Federal. Veja algumas notas e mensagens de apoio:

Nota do PCdoB

Amplitude, mobilização e luta pela liberdade de Lula

Consumou-se mais uma etapa do golpe de agosto de 2016. O maior líder político do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está arbitrária e injustamente preso. É um preso político.

Está no cárcere por força de vereditos encomendados, previamente tramados. Nenhuma prova foi apresentada contra ele. As sentenças foram alicerçadas tão-somente em declarações de criminosos confessos que ganharam em troca benesses e privilégios da chamada lei da delação premiada.

Que se diga a verdade. Lula está preso porque no país, com umas das maiores desigualdades sociais do mundo, ele governou sobretudo para os pobres. Está encarcerado porque pôs o Brasil de pé. Com ele, o país passou a se relacionar de forma altiva com as grandes potências do sistema internacional.

Lula está preso por ter lançado as bases de um ciclo de desenvolvimento soberano, democrático e de progresso social.
Lula está preso porque, conforme atestam todos os institutos de pesquisa, é hoje o pré-candidato à Presidência da República com mais apoio popular.

Sua prisão e sua exclusão da disputa presidencial se constituem uma espécie de exigência das forças reacionárias que promoveram a ruptura democrática.

Que nenhum cidadão, nenhuma cidadã, nenhuma liderança ou partido político, sobretudo do campo progressista, deixem se enganar. A prisão de Lula não é um fato isolado, é parte de um plano cujos alvos são o Estado Democrático de Direito, a soberania do país, a democracia e os direitos sociais e trabalhistas.

A liberdade a Lula deve ser, a partir de hoje, uma bandeira a ser erguida bem alto por todas as forças democráticas, populares e patrióticas.

Para o PCdoB, as forças progressistas devem ter o seguinte norte: amplitude (agregar o mais amplo leque de forças políticas e sociais), mobilização, inclusive, com sucessivas e diversificadas comitivas à Curitiba, resistência ativa, em ondas crescentes, nas ruas, nas Casas Legislativas, nas redes sociais, em todos os espaços possíveis, até que a jornada democrática e popular liberte Lula dessa injusta prisão.

São Paulo, 7 de abril de 2018

Por Luciana Santos, presidenta do PCdoB, e Manuela D’Ávila, pré-candidata do PCdoB à Presidência da República

Nota da Marcha das Margaridas

Mais uma etapa do golpe político se instala. Desde 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff, primeira mulher a ocupar o cargo de presidenta da República, temos vivido os efeitos deste golpe misógino, que se expressa no recrudescimento do ódio e conservadorismo, na criminalização das(os) lutadoras(es) do povo – que inclui o extermínio de lideranças, como o da vereadora feminista negra Marielle Franco -, o desmonte das políticas públicas e direitos, o avanço das medidas privatistas, de entrega da nossa soberania e ditatoriais – como a intervenção militar no Rio de Janeiro – postas a cabo pelo governo ilegítimo de Temer.

Não temos dúvida, a condenação e prisão de Lula é mais uma etapa essencial de aprofundamento deste golpe. Ela visa inviabilizar sua candidatura às eleições 2018, mas, principalmente, derrubar um dos maiores líderes políticos da história nacional e todo ideal de democracia, de garantia de direitos à classe trabalhadora e de combate à fome e à pobreza que Lula representa.

Diante da atual fase do golpe, nós, Margaridas do campo, florestas e águas seguimos em marcha EXIGINDO A LIBERDADE DO EX-PRESIDENTE LULA.

Lula foi condenado sem provas pelo Judiciário brasileiro e criminalizado, diariamente, pelos meios tradicionais de comunicação que apoiam o golpe, sendo a ele negados direitos fundamentais como a presunção da inocência e o direito de recorrer em liberdade até que se esgotem todas as possibilidades de recursos pela defesa. Basta de autoritarismo!!! Quando condena sem provas, o Judiciário brasileiro rasga a Constituição brasileira. Não aceitaremos que o poder Judiciário rebaixe a nossa nação e rompa com o estado democrático de direito, legislando de acordo com interesses políticos próprios, legitimando condenações seletivas, alicerçadas em perseguições políticas.

Lula é hoje um preso político. Assim, as Margaridas seguem em marcha por sua liberdade e pelo fim das medidas ditatoriais e fascistas em curso no nosso País. Estaremos em Marcha nas ruas, nas vigílias, no campo, na cidade e em todos os atos de defesa da democracia no Brasil!

Exigimos a liberdade de Lula, pois ela representa um passo fundamental para o restabelecimento dos valores da justiça social, da democracia e da garantia de direitos, elementos essenciais para a luta feminista pela emancipação das mulheres do campo, florestas, águas e cidade. Lutamos pela liberdade de Lula e por todas nós.

#LulaLivre
#MargaridasEmLuta

Nota da Frente Brasil Popular

Somos solidários a Lula!

Com o mote “Lula eu defendo, Lula eu respeito!”, a Frente Brasil Popular em São Paulo, que congrega diferentes movimentos social e sindical e os partidos políticos PT, PCdoB e PDT, repudia a forma seletiva como vêm sendo conduzidas as investigações da Operação da Lavo Jato.

Da mesma maneira, repudia a forma criminosa e manipuladora com que a mídia tradicional cobre e transmite as versões dos fatos, tendo como principal interesse atingir a imagem e a honra do ex-presidente Lula, figura emblemática na história política do Brasil.

O ex-presidente representa a história de luta dos movimentos social e sindical e dos partidos políticos de esquerda. Todos nos sentimos atingidos com os constantes ataques feitos a Lula.

A Frente Brasil Popular em São Paulo não aceitará a postura golpista e antidemocrática que tanto setores do poder Judiciário como a grande mídia tentam impor ao povo brasileiro.

Por isso, convocamos a todos e todas para um Ato em Defesa do ex-presidente Lula, no dia 17 de fevereiro de 2016, a partir das 10 horas, no Fórum Criminal da Barra Funda, na Avenida Doutor Abrahão Ribeiro, 313, no centro da capital paulista.

Frente Brasil Popular – SP

Nota do PSOL

A prisão do ex-presidente Lula, decretada na tarde desta quinta-feira (5) pelo juiz Sérgio Moro, é o mais recente episódio da perseguição judicial desencadeada pela Operação Lava Jato contra o líder petista. Na noite de ontem, nos manifestamos prontamente contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeitou o habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula. Essa decisão representa mais um duro golpe contra a democracia, ignorando a Constituição Federal, que é clara ao afirmar que o cumprimento da pena só pode ter início após o final do trâmite processual.

A decisão de Moro é parte da trama sinistra que busca inviabilizar a candidatura de Lula e calar as vozes que denunciam o golpe parlamentar que impôs dezenas de retrocessos ao povo brasileiro. Nesse momento, nos solidarizamos com Lula e seus familiares, com o Partido dos Trabalhadores e todos os eleitores do ex-presidente.

O PSOL se somará a todas as ações em defesa da democracia. Seguiremos erguendo nossa voz contra o autoritarismo e a injustiça.

Juliano Medeiros

Presidente Nacional do PSOL

MST se solidariza com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) repudia a ofensiva patrocinada pelo conluio da mídia tradicional – controlada por poucas famílias muito ricas – com setores do Ministério Público, Poder Judiciário, Policia Federal e a ala mais conservadora do Congresso Nacional, que busca, concomitantemente, destituir a Presidenta da República democraticamente eleita em 2014, destruir a figura política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criminalizar a política.

Ninguém mais do que a classe trabalhadora sempre exigiu dos poderes do Estado o combate à corrupção e à apropriação indevida dos bens públicos. É uma luta permanente e deve ser tratada, nos marcos da lei, com equidade e isenção contra TODOS os que cometeram tais crimes.

Não é o que vemos nos dias de hoje. A nota assinada por centenas de advogados atesta os dias sombrios que vivemos, promovidos pelo conluio citado, ao denunciar:

“O desrespeito à presunção de inocência, ao direito de defesa, à garantia da imparcialidade da jurisdição e ao princípio do juiz natural, o desvirtuamento do uso da prisão provisória, o vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas, a sonegação de documentos às defesas dos acusados, a execração pública dos réus e o desrespeito às prerrogativas da advocacia, dentre outros graves vícios, estão se consolidando como marca da Lava Jato, com consequências nefastas para o presente e o futuro da justiça criminal brasileira.”

Já é notório que os governos do PSDB e suas lideranças políticas, grupos econômicos e, principalmente, as famílias que controlam a mídia tradicional são consideradas inimputáveis pelos crimes que cometem. Faria bem à democracia e às instituições do Estado se as denúncias das ações criminosas cometidas pela Rede Globo, que circulam em blogs independentes e documentadas, fossem apuradas com seriedade e à exaustão pela Justiça.

Já os partidos e políticos identificados com o atual governo são condenados antes mesmo do término das investigações e do julgamento. Uma prática já implementada no julgamento da AP 470, onde um dos réus, José Dirceu, foi condenado sem provas, nas palavras da ministra Rosa Weber, assessorada, em seu voto, pelo juiz Sérgio Moro.

Nos solidarizamos com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua família, agredida de forma incessante pelo conluio conservador. A cada dia se evidencia a estratégia de primeiro condená-lo para depois encontrar um crime que justifique a condenação.

Por último, essa crise politica, que afeta as instituições da República, os partidos políticos e a política em si, exigem uma profunda reforma política que deverá ser consolidada em uma nova Assembleia Nacional Constituinte, soberana e independente.

Direção Nacional do MST

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