Para estudantes premiados, Ciência sem Fronteiras é experiência “incrível”

Em vídeo gravado na Inglaterra, eles agradecem oportunidade de participar do programa criado por Dilma Roussef, que já beneficiou mais de 100 mil brasileiros

Mais de 100 mil estudantes brasileiros universitários já tiveram a oportunidade de estudar fora do País, nas melhores universidades do mundo, pelo programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal.

Entre os alunos beneficiados pelo programa estão Rodrigo Fernandez, 20 anos, e Henrique Lopes, 21 anos, estudantes da Universidade de São Paulo (USP). Eles estão há pouco mais de três meses na Inglaterra, mas já levam no currículo uma premiação do TechCrunch Disrupt London Hackathon, na categoria inteligência musical.

Fernandez e Lopes fazem, atualmente, a graduação sanduíche na Universidade de Surrey, em Guildford, cidade localizada a 40 minutos de Londres, no Reino Unido. Esta modalidade de graduação permite que o estudante realize parte dos estudos em uma universidade estrangeira.

“Isso (o prêmio) foi um motivo de muito orgulho, e portanto destaco isso como a melhor experiência aqui até agora”, garante Fernandez, sobre o prêmio.

Ele também reforça que o Brasil tem inúmeros talentos que dependem, apenas, de oportunidades como o Ciência Sem Fronteiras.

“A experiência é incrível, sem dúvida uma das mais valiosas da minha vida. Ter um contato tão próximo com uma cultura diferente da brasileira, nos aspectos acadêmicos, profissionais e culturais, é algo de valor inestimável”, Rodrigo Fernandez.

“Foi o programa do governo que nos proporcionou tantas oportunidades e experiências”, completa Henrique Lopes.

Estudante de Engenharia Mecatrônica na Escola Politécnica da USP, o curitibano Rodrigo Fernandez faz Engenharia Eletrônica na Universidade de Surrey, segunda melhor em Engenharia Eletrônica no Reino Unido. Lá, ele desenvolve as habilidades em software e programação.

Os estudantes gravaram, no último fim de semana, um vídeo como forma de agradecimento ao governo federal pela oportunidade e experiência proporcionadas pelo Ciência Sem Fronteiras.

“Dentre os muitos sentimentos positivos que o Ciência sem Fronteiras tem me proporcionado, um dos mais intensos é o de gratidão e o desejo de futuramente retribuir à nação. Pretendo retribuir ao Brasil quando voltar, ajudando no desenvolvimento tecnológico do País”, descreve Rodriguez.

Retribuição também é o sentimento que motivou Henrique Lopes a gravar o vídeo. “Uma forma de demonstrar que eu desejo retribuir essa oportunidade da melhor forma possível, seja ajudando a dar oportunidades como estas a outros jovens ou continuando a buscar e levar ao Brasil o conhecimento adquirido fora do País”, explica o aluno de Engenharia Eletrônica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP.

Visão de futuro – Os dois estudantes acreditam que os bolsistas do Ciência Sem Fronteiras voltam ao Brasil com outra visão a respeito do desenvolvimento tecnológico pelo mundo. Para eles, este fator certamente será “um diferencial dos alunos que participam do Ciências sem Fronteiras no progresso cientifico do Brasil”.

Rodrigo ainda manifesta um desejo: ser recebido pessoalmente pela presidenta Dilma Rousseff no retorno ao Brasil. “Seria uma grande honra ter a oportunidade de conhecer e agradecer pessoalmente a Presidenta Dilma Rousseff pela oportunidade que nos foi dada, quando retornarmos ao Brasil”, pediu.

Ele acredita que se não fosse pela bolsa do Ciência sem Fronteiras, não teria condições de se manter fora do País por um ano, estudando em uma universidade de ponta. “Vale lembrar que as universidades aqui são pagas”, ressaltou.

Quanto aos planos para o futuro, os dois são categóricos: querem devolver os conhecimentos adquiridos no intercâmbio para realizar projetos na área tecnológica que possuam relevância tanto econômica quanto social.

“Desenvolver novas tecnologias e poder fazer a vida de todos melhor com isso é algo que me motiva, e pretendo botar isso em prática no decorrer da minha vida profissional”, conta Henrique.

time

O “time” que desenvolveu o Musicracy

A premiação – Maior competição de desenvolvimento tecnológico da Europa, o TechCrunch Disrupt London Hackathon é uma maratona de programação, em que as equipes possuem 24 horas para pensar, desenvolver e demonstrar um projeto completo na área de tecnologia.

O prêmio é organizado pelo TechCrunch, site norte-americano líder em cobertura de empreendedorismo, startups e tecnologia. Realizado anualmente em algumas metrópoles globais de tecnologia e empreendedorismo, o encontro é famoso por reunir grandes líderes e influenciadores desses setores.

Junto com estudantes de diversos países, como China, Espanha, Grécia, Índia e Líbia, os dois brasileiros desenvolveram o “hack” Musicracy, nome obtido da junção das palavras “Music” e “Democracy”, que permite aos convidados de uma festa escolherem as músicas a serem tocadas de forma simples e democrática.

A escolha é feita a partir votos, que podem ser feitos com mensagens enviadas pelo celular dos usuários com o nome da música ou do artista desejados. Então, o aplicativo é responsável por computar os votos e executar a próxima música mais votada. É possível acessar uma versão demo do site pelo link: http://playlistrupt.herokuapp.com/playlist


CsF –
Lançado em dezembro de 2011, o Ciência sem Fronteiras busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional.

A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio de suas respectivas instituições de fomento – Capes e CNPq. Ao todo, 101.446 bolsas foram concedidas em quatro anos, conforme meta inicial do programa.


Por Luana Spinillo
, da Agência PT de Notícias

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