“Para o agro, é muito melhor o Lula voltar”, diz Carlos Fávaro

Ex-presidente da Aprosoja e senador licenciado, Carlos Fávaro declara em entrevista apoio à chapa Lula-Alckmin. “O que Bolsonaro fez nesses quatro anos para o agronegócio? Zero”

Ricardo Stuckert

Alckmin, Carlos Fávaro, Lula e o deputado federal Neri Geller

Em entrevista ao blog do jornalista Ricardo Noblat, o senador licenciado Carlos Fávaro (PSD) acusou o atual chefe do Executivo de não ter feito nada pelo agronegócio em quase quatro anos de desgoverno. “Venho refletindo muito e não foi difícil chegar à conclusão de que é muito melhor o Lula voltar. É só comparar o que os dois fizeram pelo agro”, afirmou.

Fávaro enumerou as obras das gestões petistas em rodovias federais, importantes rotas de escoamento da produção agrícola. “Aqui, a BR-364 foi pavimentada nos governos do PT. A BR-163 não tinha asfalto e está toda pavimentada. Desses mil quilômetros, 950 foram nos governos do PT. Bolsonaro fez 50 quilômetros e não fez licenciamento, nada”, ressaltou. “A BR 242, de Sorriso a Querência. Foi o governo do PT e Bolsonaro não fez um metro. Não deu conta.”

“Foi no governo do PT que obtivemos uma grande vitória na OMC (Organização Mundial do Comércio) no contencioso do algodão. O que Bolsonaro fez nesses quatro anos para o agronegócio? Zero”, prosseguiu Fávaro, que presidiu a Aprosoja e já foi vice-governador do estado. Ao lado do deputado federal Neri Geller (PP-MT), ele esteve com Lula e Geraldo Alckmin semana passada, em Brasília. Os dois levaram ainda o apoio da família Maggi, os maiores produtores de soja do mundo.

Para o senador licenciado, Bolsonaro só avançou no desmatamento ilegal, com apoio à grilagem na Amazônia. “Nos governos Lula e Dilma, a taxa de juros dos fundos constitucionais eram de 7,5% a 8%. Hoje está em 22% ao ano”, comparou. “Uma inadimplência gigante. Ninguém consegue pagar. Empresário da agroindústria e comerciante não conseguem pagar.”

Filho de pequeno produtor de Londrina (PR) e criado em assentamento, Fávaro lembrou ainda os avanços sociais dos governos petistas. “Foi no governo do PT que o filho de um trabalhador pôde fazer faculdade particular. O Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família”, listou. “Olha essa inaceitável fila enorme da fome. Cada vez maior. Isso num estado rico como o Mato Grosso, gente na fila para pegar osso. Não dá para ficar insensível”, criticou.

“Talibãs do whatsapp”

Fávaro criticou sindicatos rurais aparelhados pelo bolsonarismo que movem campanhas de assassinato de reputação via fake news. “Ninguém fez nota de repúdio quando o governo vendeu os ativos com a garantia real do Banco do Brasil e que agora estão inadimplentes. E tome juros. E hoje para pagar dívida tem que vender terra”, lembrou.

“Ora, quem tinha medo de perder terra para o MST hoje está perdendo para o BTG, para o Bolsonaro e para o Paulo Guedes. Não é o MST, é o Bolsonaro quem toma nossas terras”, continuou o ruralista. “São eles que venderam as dívidas dos ruralistas a 12% e agora estão pegando as terras e levando a leilão. Lula foi presidente por oito anos. Não tirou terra de ninguém.”

O senador licenciado revelou ainda que muitos produtores rurais já aderiram à pré-candidatura de Lula, mas não se manifestam por receio dos ataques dos “talibãs do whatsapp”, uns “valentões que ficam atrás do celular”. “Mas são muitas as mensagens de apoio que vêm do país inteiro. Dentro e fora do agro. Lula foi presidente por oito anos”, finalizou.

Nos últimos dias, também vem circulando um áudio no WhatsApp do empresário rural matogrossense Elusmar Maggi, primo do ex-ministro Blairo Maggi e irmão de Eraí Maggi, conhecido como “rei da soja”. “Rapaz, que fria esse presidente, né? Se fosse bom tinha dado uma verba que nem o PT deu para fazer armazéns. Treze anos para pagar com três anos de carência. Aí esse vídeo não estaria na rua. Esse presidente é muito ruim de serviço”, comenta Elusmar na gravação.

“O armazém que está do lado aí é dinheiro que o PT deu para fazer. Jurinho de 2,5%, 13 anos para pagar, três anos de carência. Agora esse presidente aí não passa de um simples motoqueiro. Dando mau exemplo para a nação ainda”, concluiu o empresário.

Da Redação

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