Para petistas, intervenção aprovada é contra os pobres

Bancada do PT condena aprovação de decreto sem planejamento, previsão de recursos e que ainda expõe o Exército a uma ação pela qual não tem preparo

Votação do decreto de intervenção no Senado

Em sessão marcada pela profusão de argumentos contrários da oposição e postura envergonhada dos principais senadores governistas, a intervenção “tabajara” no estado do Rio de Janeiro foi aprovada por 55 votos a favor, 13 contra e 1 abstenção.

A oposição denunciou a falta de planejamento da medida, a ausência de previsão de recursos, o equívoco do conceito de segurança e a perigosa exposição das Forças Armadas em ação para a qual não têm preparo. A maioria dos senadores que usou a palavra alertou para o quadro de violência nos demais estados, apontando para a necessidade de uma política mais ampla para enfrentar a situação.

“Essa crise de segurança pública no País é fruto dessa política econômica de austeridade fiscal; é o Estado mínimo do mínimo”, denunciou o senador e líder da Bancada do PT, Lindbergh Farias (RJ). O senador carioca citou o orçamento de transferência para os estados do Ministério da Justiça e Segurança Pública que caiu de R$ 2,6 bilhões, em 2016, para R$ 760 milhões.

Lindbergh também destacou o abandono do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) que sofreu um corte de 276 milhões, em 2017, para 132 milhões. “O que eles estão fazendo? Tirando homens das Forças Armadas das fronteiras para ser polícia interna. Isso não sério”.

Votação no Senado da intervenção federal

“A intervenção não pode se dar como está se dando agora. Não é papel das Forças Armadas fazer policiamento. As Forças Armadas são preparadas para a guerra. Os meninos que vão subir o morro não têm experiência”, advertiu a senadora Gleisi Hoffman (PR), presidenta nacional do PT.

“O que vamos fazer com os outros Estados da Federação? Ou será que o Rio de Janeiro é o que coloca os índices mais críticos de segurança? Qual é o critério que os senhores usaram para a intervenção no Rio de Janeiro? Critério sério é que não foi, porque, se fosse, nós teríamos outros estados que mereceriam”, cobrou ela.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), líder da Oposição, “não se trata de discutir se é intervenção ou não. Trata-se de discutir se o que está havendo é uma ação para melhorar a segurança pública e olhar para as pessoas ou se é uma jogada de marketing vagabunda”.

“Essa operação, essa intervenção é uma intervenção tabajara, feita por pessoas incompetentes que estão querendo utilizar politicamente uma das últimas instituições que têm credibilidade no Brasil, que são as Forças Armadas”, alertou o senador Humberto Costa, defendendo a criação de um sistema único de Segurança Pública.

O líder do PT no Senado Lindbergh Farias durante votação do decreto nesta terça-feira (20)

“O meu partido, o PT, quer construir medidas que possam, de fato, trazer a paz e a tranquilidade para a sociedade brasileira e punir o crime”, deixou claro o senador Jorge Viana (PT-AC), encaminhando o voto “não” do partido. Viana lembrou que, em outubro passado, após encontro no Acre, por iniciativa do governo do estado, 23 governadores, o ministro da Defesa, o ministro da Justiça e o ministro encarregado da institucionalidade no Palácio do Planalto, aprovaram um plano nacional de combate às violência. As medidas criam uma força-tarefa, reunindo todos os entes da Federação, para combater o tráfico de armas e de drogas na fronteira.

 

INTERVENÇÃO NÃO!

INVESTIMENTOS X VIOLÊNCIA: A EXPLORAÇÂO POLÍTICA DA INTERVENÇÃO NO RIO DE JANEIRO#AOVIVO | Plenário do Senado vota #AGORA intervenção no Estado do Rio de Janeiro. Gleisi questiona: “por que o Plano Nacional de Segurança Pública não foi efetivado como prevenção pelos golpistas?”

Publicado por Gleisi Hoffmann em Terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Do PT no Senado

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