Para Regina Sousa, médicos cubanos dificilmente serão substituídos

“Quem escraviza é o agronegócio, que mantém cadernetas onde consta até o preço pela liberdade ou as oficinas de costura de grandes confecções”, denunciou

Alessandro Dantas/PT no Senado

Regina Sousa

Desde o anúncio do fim da parceria entre Brasil e Cuba, mais de mil e trezentos médicos já retornaram à ilha. Eles atuavam em 16 distritos sanitários especiais indígenas e em 733 municípios de 26 estados, de acordo com dados divulgados pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

“Eles não eram escravos, como denunciam os desinformados ou os que manipulam as informações. Eram profissionais que atuavam nas profundezas da Amazônia e em locais para onde os doutores brasileiros não queriam ir”, defendeu a senadora Regina Sousa (PT-PI), em pronunciamento ao plenário.

Até o dia 12 de dezembro, a previsão é de que o total de mais de oito mil médicos que atuam no país tenha regressado a Cuba. Para a senadora, as notícias que dão conta de que quase o total de vagas oferecidas pelo programa depois da revoada de cubanos significa muito pouco para as populações tradicionalmente desassistidas. “Os brasileiros não vão ficar em lugares onde o acesso é difícil e demorado”, previu.

Para ela, chamar os profissionais caribenhos de escravos é uma deliberada injustiça. “Quem escraviza é o agronegócio, que mantém cadernetas onde consta até o preço pela liberdade ou as oficinas de costura de grandes confecções”, denunciou.

O edital lançado pelo governo para suprir a ausência dos médicos cubanos tem 8.517 vagas. Embora o número de inscrições para o programa seja alto, secretários de saúde de diversos estados estão preocupados. Em editais anteriores, a adesão também foi alta. Mas os doutores brasileiros desistiam antes mesmo de se apresentar para assumir o cargo ou, no máximo, depois de um ano.

Por PT no Senado

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