Para variar, Bolsonaro mentiu sobre gastos de campanha nas Eleições 2018

Além de ter usado dinheiro público, fato que sempre negou, presidente não declarou ao menos R$ 420 mil do total de gastos de campanha à Justiça Eleitoral

Pouco mais de um ano após o fim das Eleições de 2018, as circunstâncias obscuras usadas pelo então candidato Jair Bolsonaro para ser eleito estão cada vez mais claras.  Como se não bastasse o descarado uso das fake news e a interferência de Sergio Moro ao retirar o favorito Lula da disputa, o pleito acaba de ganhar um nefasto capítulo: o atual e impopular presidente mentiu à Justiça Eleitoral – e ao próprio eleitorado – sobre os gastos de campanha.

A denúncia foi feita pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (26) após análise de centenas de notas fiscais que integram a prestação de contas eleitorais dos 27 diretórios estaduais do PSL.  O resultado do trabalho revela que a campanha de  Bolsonaro em 2018 foi mais cara do que a declarada por ele à JE. Mas não só. Jair mentiu também ao encher o peito para dizer que não usou um centavo de dinheiro público.

Os documentos analisados pelo jornal provam que ao menos R$ 420 mil —parte dele, dinheiro público do fundo eleitoral— foram usados para a confecção de 10,8 milhões de santinhos, adesivos, panfletos e outros materiais, seja de maneira isolada ou em conjunto com outros candidatos do PSL.  Esse valor equivale a 17%  dos R$ 2,46 milhões declarados como gastos de campanha por Bolsonaro.

No entanto, como tudo o que vem do atual governo (mesmo antes de seu início) tende a despertar desconfiança, a suspeita é de que o montante seja muito maior, já que em algumas situações as notas fiscais listam o material eleitoral produzido sem especificar os candidatos beneficiados.

Caso é muito grave

Os gastos com o material de campanha, segundo especialistas ouvidos pela Folha, deveriam estar registrado na prestação de contas do presidente como doação recebida do respectivo PSL estadual, com o valor estimável em dinheiro, conforme determina a resolução 23.553/2017, do Tribunal Superior Eleitoral.

“A ausência de declaração dos valores recebidos como doação estimável em dinheiro consubstancia irregularidade grave. No que tange ao partido, também ele deveria ter declarado a realização da doação estimável em dinheiro”, afirmou o advogado eleitoral Rafael Araripe Carneiros, o único que concordou em ter a sua posição publicada.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo

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