Parcial, STJD julga atleta Carol Solberg por pedir “Fora, Bolsonaro”

A jogadora de vôlei de praia foi denunciada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) após criticar o presidente Jair Bolsonaro. A defesa de Carol será feita pelo advogado Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

Site do PT

Carol Solberg, alvo de perseguição

Nesta tarde de terça-feira, 6, acontece um dos julgamentos mais insólitos da história moderna da política brasileira. A jogada de vôlei de praia Carol Solberg será julgada no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ter falado “Fora, Bolsonaro”. A jogadora de vôlei de praia foi denunciada pelo tribunal após criticar o presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao vivo. “Vivemos numa democracia e temos direito de nos manifestar”, defendeu a atleta reafirmando sua posição e o direto democrático de exercê-la. A defesa de Carol será feita pelo advogado Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Liberdade de expressão

“Quem disse que o atleta não pode se manifestar? Quando os homens do vôlei apoiaram Bolsonaro não houve nada. Machismo e perseguição política que chama? Toda solidariedade à resistência de Carol”, declarou a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman (PR). Também nas redes sociais, o deputado federal Alexandre Padilha denunciou que “Carol Solberg está passando por um processo de censura, que relembra os velhos tempos da Ditadura Militar”. A medalhista olímpica de vôlei Joana Maranhão questionou o fato de jogador do Palmeiras ter apoiado Bolsonaro e, segundo ela, “absolutamente nada aconteceu”. “Liberdade de expressão pra quem, né?”, cobrou em suas redes sociais.

A minha preocupação neste caso é evitar a violência contra uma jovem atleta. Em um ano tão difícil, é algo muito danoso ter que pagar multa e perder o direito de exercer a sua atividade”, diz Santa Cruz à Folha. “A Carol expressou a sua opinião, não atacou e feriu ninguém, nem a CBV [Confederação Brasileira de Voleibol] e muito menos a imagem dos seus patrocinadores

Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, na Folha

“Carol Solberg não matou, não estuprou, não roubou, não cometeu nenhum ato racista ou homofóbico. Carol Solberg também não queimou mata alguma, não derrubou nenhuma árvore, não poluiu o mar, nem nenhum rio. Carol Solberg nem sequer ultrapassou pelo acostamento, desrespeitou o sinal vermelho, atravessou fora da faixa ou jogou papel no chão. A atleta Carol Solberg não xingou o juiz ou jogou a bola na torcida. A cidadã Carol Solberg apenas disse em alto e bom som “Fora Bolsonaro!”, protestou Juca Kfouri em seu blog. “Os tempos mudaram e aí está a NBA para demonstrar a caducidade da separação artificial entre esporte e política, lembrou ele.

Da Redação

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast