Perícia atesta veracidade de áudio em que Deltan comemora censura à Lula

Análise contratada pela Folha comparou gravação com vídeo do procurador para confirmar a compatibilidade da voz e não encontrou nenhum indício de edição

EBC

Parceria entre os procuradores da Lava Jato e a Transparência Internacional é antiga. Em setembro, a Agência Pública mostrou mensagens entre Dallagnol e o diretor-executivo da filial brasileira da Transparência Internacional, Bruno Brandão

Nesta sexta-feira (26), perícia realizada pelo Instituto Brasileiro de Peritos (IBP) revelou que o áudio de Deltan Dallagnol divulgado pelo The Intercept no dia 9 de julho é autêntico. Na mensagem de voz, o procurador comemora decisão do ministro Luiz Fux (STF) ao proibir que Lula concedesse entrevista pouco antes do início das eleições presidenciais. Na ocasião, Dallagnol disse que era “uma notícia boa”. A pericia contratada pela Folha de S. Paulo, não encontrou indícios de cortes, inserções ou modificações.

A confirmação de autenticidade do áudio encerra qualquer dúvida sobre a veracidade das mensagens divulgadas pelo jornalista Glenn Greenwald. A perícia se baseou em métodos de fonoaudiologia forense, e relatou semelhança entre a voz do áudio divulgado e a voz do procurador em vídeo publicado no Youtube. Analisando parâmetros técnicos, os peritos verificaram a compatibilidade dos dois trechos. O relatório da perícia é assinado por diversos especialistas em fonoaudiologia, além de doutores e engenheiros.

Para agravar a situação do Dallagnol, a nova reportagem do The Intercept Brasil revelou que ele deu palestra remunerada para empresa investigada na Lava Jato. Segundo a matéria, o procurador recebeu R$ 33 mil por palestra em evento da Neoway, companhia de tecnologia citada na operação.  A denúncia comprova a intenção de Dallagnol de lucrar com a fama da força-tarefa.

Ouça o áudio:

Conluio entre procurador e juiz

As duas revelações desta quinta-feira (25) ocorrem ao mesmo tempo que o ex-juiz Sérgio Moro disse que as mensagens encontradas com os supostos “hackers” devem ser destruídas. Essa decisão está fora do controle de Moro, como informou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello: “Cabe ao Judiciário decidir isso, e não à Polícia Federal. Há responsabilidades civil e criminal que precisam ser apuradas”, afirmou à Folha.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo

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