Petrobras é meio de retomar crescimento, diz Raymundo de Oliveira

Ex-presidente do Clube de Engenharia denuncia ataque ao desenvolvimento industrial do país e destaca papel central da estatal para o retomada econômica

Paulo Pinto/Agência PT

Ex-presidente do Clube de Engenharia, Raymundo de Oliveira

“A Petrobras é o maior instrumento brasileiro para retomada do desenvolvimento”. Essa é a avaliação do engenheiro Raymundo de Oliveira, ex-presidente do Clube de Engenharia, feita durante sua fala no debate “O que a Lava Jato tem feito pelo Brasil”, realizado pelo Partido dos Trabalhadores em São Paulo, nesta sexta-feira (24).

Em cinco pontos, Oliveira demonstrou os motivos pelos quais acredita ser um ataque ao desenvolvimento industrial do país. Em primeiro lugar, ele destacou como a Petrobras foi pioneira na adoção de normas de qualidade e como, sozinha, movimenta uma rede de cerca de 5 mil fornecedores.

“Lembro-me de quando surgiu o ISO 9000 e o Brasil saiu à frente. Uma das razões é que a Petrobras já tinha essas exigências e, quando veio a exigência do ISO, o Brasil já estava na frente. A Petrobras tem uma cadeia que inclui 5 mil fornecedores que está sendo desmantelada”, prosseguiu.

Ex-presidente do Clube de Engenharia reforça papel da Petrobras na economia

­­Ele comparou a atual situação da estatal petroleira à empresa alemã Volkswagen, que recentemente esteve envolvida em um escândalo de maquiagem dos dados relativos a emissão de poluentes, mas não teve as atividades impactadas.

“Dirigentes caíram, houve grande multa, mas a Volkswagen não deixou de produzir um automóvel e não demitiu um trabalhador”, afirmou.

“A Petrobras descobriu há dez anos a maior reserva de petróleo do mundo, o pré-sal. Tivemos que desenvolver tecnologia de ponta para estudar o que havia abaixo da camada de sal”, prossegue. “Lula foi fundamental para proteger pré-sal e estamos voltando atrás.”

Para o ex-presidente do Clube de Engenharia, o País vive um processo de desindustrialização. “Enquanto na China se sabe o que será feito daqui a 20 anos, no Brasil não sabemos o que faremos daqui dois”, ponderou, ao reiterar que o Brasil não tem um projeto de “nação”.

O engenheiro defende ainda que a indústria nacional seja chamada para o processo de partilha. “Há 50 anos, a Noruega e a Nigéria descobriram muito petróleo. A Noruega exigiu a participação nacional grande e a Nigéria saiu vendendo seu petróleo. Hoje temos que escolher se vamos ser a Noruega ou a Nigéria. Sair vendendo petróleo sem desenvolver a indústria é um crime.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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