Pimentel encerra hegemonia do PSDB em Minas
Derrota dos tucanos poderá refletir no segundo turno presidencial, avalia cientista político
Publicado em
Primeiro governador eleito pelo PT em Minas Gerais, Fernando Pimentel deverá puxar votos para a reeleição de Dilma Rousseff no segundo maior colégio eleitoral do País, segundo Carlos Ranulfo, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para Ranulfo, o resultado das eleições mostrou o julgamento dos mineiros em relação ao governo do PSDB no estado. “Toda eleição tem um aspecto de avaliação do governo em curso. O resultado de Minas diz o seguinte: o governo do PSDB foi mal avaliado. Isso é incontestável”, avalia.
Dessa forma, diz o cientista político, o resultado da eleição em Minas poderá refletir no segundo turno da eleição presidencial. “Não foi só um candidato do PSDB que perdeu o governo de Minas, foi o Aécio que perdeu para Dilma”, afirma.
Dilma obteve 43,48% dos votos no estado. Aécio ficou com 39,75%. “Tudo que o Aécio falou é baseado no que ele fez. Se o eleitor olhou pra trás e disse não para ele aqui (em Minas), isto vai ser um problema”, garante Ranulfo. Segundo ele, Aécio superestimou a si e a seu governo nos programas eleitorais, embora esteja claro que a situação no estado não é aquela divulgada no horário político.
“Para usar uma frase que o próprio Aécio usou contra Dilma, que ‘ninguém vive no país da propaganda'”, disse. “Você perder na sua casa depois de alardear o tempo todo que o seu estado é uma maravilha isso tem um significado. É como se dissesse que quem conhece Aécio não vota em Aécio”, afirma.
Fernando Pimentel recebeu 52,98% dos votos e deixou o tucano Pimenta da Veiga com 41,89%, uma diferença de mais de um milhão de votos. “Este resultado das urnas mostra aquilo que a gente dizia desde o início da campanha: Minas não tem dono, não tem rei, não tem imperador. Aqui, soberano é o povo de Minas”, disse o petista, logo depois de eleito.
Pimentel afirmou os compromissos assumidos na campanha, como a construção dos centros de especialidades médicas nas 77 microrregiões de Minas, a aplicação de 12% da arrecadação estadual para a saúde e o piso nacional de salários para os professores da rede estadual.
Na segurança pública, prometeu, ao longo do mandato, completar o efetivo da Polícia Militar e aumentar o da Polícia Civil. Como medida imediata, já no primeiro mês de governo, Pimentel pretende criar conselhos regionais para aumentar a participação popular nas decisões administrativas.
Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias