Por um dia, iFood vira plataforma de fake news para atacar Lula

Na noite do feriado desta terça-feira (2), aplicativo da empresa teve nomes de restaurantes trocados por xingamentos ao ex-presidente e mensagens de apoio a Bolsonaro

Site do PT

Na noite do feriado desta terça-feira (2), o aplicativo da empresa teve os nomes dos restaurantes trocados

Em 2018, empresários bolsonaristas donos de redes de restaurantes – entre outras empresas – financiaram fake news para atacar o PT e a candidatura de Fernando Haddad à Presidência. Agora é a vez do iFood se transformar em plataforma de disseminação de mentiras e mensagens de ódio contra Lula, o PT, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, e até as vacinas. Na noite do feriado desta terça-feira (2), o aplicativo da empresa teve os nomes dos restaurantes trocados por xingamentos ao ex-presidente e mensagens de apoio a Bolsonaro, entre outras fake news. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) anunciou nesta quarta-feira (3) que irá pedir uma compensação financeira em nome dos restaurantes afetados. 

Segundo a assessoria do iFood, 6% dos restaurantes passaram a exibir mensagens ofensivas à honra de Lula e Marielle Franco. “Vacina mata” e “Bolsonaro 2022” também figuraram entre os nomes trocados. A empresa alegou que a invasão foi feita por um funcionário terceirizado, negando que tenha sofrido um ataque de hacker.

“Na noite de hoje, 2 de novembro, o iFood identificou que alguns estabelecimentos cadastrados na plataforma tiveram seus nomes alterados”, informou a empresa, por meio de nota. “Aproximadamente 6% dos estabelecimentos foram afetados”, explicou o iFood.

“A empresa tomou medidas imediatas para sanar o problema e proteger os dados de restaurantes, consumidores e entregadores. Em investigações preliminares, a empresa informa que não há qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais cadastrados na plataforma, tampouco de dados de cartão de crédito”, garantiu a companhia.

A invasão reflete o modus operandi bolsonarista, que usa, sem qualquer escrúpulo, as redes para divulgação de ataques a adversários, mentiras e teorias estapafúrdias, que vão desde a tese de que a terra é plana até conspirações de governos para alterar o DNA humano por meio de vacinas. 

Nota Abrasel

A Abrasel anunciou que aguarda uma compensação financeira por eventuais prejuízos causados aos estabelecimentos devido ao ataque bolsonarista ao aplicativo. A Abrasel também irá exigir uma reformulação dos sistemas de segurança de todos os aplicativos de entrega à domicílio.

“Recebemos com muita preocupação a notícia. Além dos óbvios prejuízos financeiros, que esperamos que sejam compensados pelo aplicativo, e de imagem para os estabelecimentos, o que chama a atenção é a fragilidade demonstrada. Menos mal que a resposta tenha sido rápida, identificando e resolvendo o problema antes que os prejuízos se avolumassem”, apontou a Abrasel.

Fake News nas eleições

Assim como nas eleições de 2018, nas quais disparos em massa com fake news variadas resultaram na vitória de Bolsonaro, no ano passado, o exército bolsonarista se mobilizou para destruir campanhas petistas e impedir a vitória de candidatos a prefeito apoiados por Lula. NO dia 6 de outubro, a Folha de S. Paulo revelou que empresas burlaram regras para promover disparos em massa de “mensagens eleitorais”.

Pelo menos cinco empresas estariam vendendo bancos de dados de celulares com nome, endereço, bairro, renda, data de nascimento, com filtro de WhatsApp.  Parlamentares do PT protocolaram na Procuradoria-Geral da República representação contra cinco empresas que burlaram a legislação para oferecer serviços de disparo em massa de mensagens de conteúdo político e eleitoral às vésperas das eleições municipais. Segundo a Folha, as empresas são Brasil Opções de Mercado Eireli, Housoft Software, Automasense Automação Industrial Ltda, Agência Minds Pesquisas e Treinamentos e Solução e Tecnologia Ltda.

Na mesma petição, os parlamentares apontaram ainda que Facebook, Instagram, Whatsapp e Google não garantem a segurança dos dados pessoais de seus usuários.

 Da Redação, com informações de Lula.com.br

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