Prefeito de Florianópolis rasga direitos e servidores deflagram greve

Contra a terceirização e a precarização da limpeza, trabalhadores da Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap) param as atividades de limpeza pública e pedem acordo coletivo na capital catarinense. O Diretório Municipal do PT emitiu nota em apoio à greve dos servidores

Comcap

Prefeito de Florianópolis rasga conquistas de direitos e servidores entram em greve por tempo indeterminado

As imagens de Florianópolis, conhecida como Ilha da Magia e uma das capitais turísticas mais procuradas no Brasil, retratam a sujeira e o descaso de uma gestão bolsonarista. Com as ruas cheias de lixo em plena temporada de verão e salas de aulas sem professores, trabalhadores e trabalhadoras da capital catarinense paralisam as atividades por tempo indeterminado.

Os servidores da Comcap, autarquia responsável pela coleta de resíduos sólidos e pela limpeza pública da cidade, entraram em greve contra a terceirização, contra a precarização da limpeza, e em defesa do acordo coletivo, ignorado pelo prefeito Gean Loureiro (DEM).

Sem condições mínimas de trabalho, garis e motoristas trabalham sem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e estão com os salários atrasados.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), “a promiscuidade entre público e privado é uma bandeira do governo Gean. A terceirizada lucra em cima dos recursos do município, mas se utiliza do equipamento público pago pela população. O lucro é privado, mas o prejuízo é público”.

“Estamos em luta contra o desmonte completo da Comcap. Já há um novo pregão para contratar outra empresa na coleta, e a prefeitura tenta emplacar terceirizadas em todos os setores da limpeza urbana de Florianópolis”.

Saúde e educação

Insatisfeitos com as condições de trabalho e também motivados com a paralização dos trabalhadores da coleta de lixo, servidores de Saúde, Educação e Assistência Social aderiram à greve.

O resultado são salas de aula e creches com falta de profissionais como professores, auxiliares de sala; e o atendimento à saúde sem médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e trabalhadores administrativos.

Fruto de uma gestão caótica, que desmonta os direitos trabalhistas, servidores de outras autarquias como o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) também pararam as atividades.

A vereadora de Florianópolis, Carla Ayres (PT/SC), lamenta a precarização do trabalho e os constantes ataques a direitos em um momento que o Brasil volta a registrar aumento no número de mortes por causa da pandemia da Covid-19.

“A atual gestão municipal de Florianópolis tem seguido a cartilha bolsonarista em relação às trabalhadoras e trabalhadores. Gean Loureiro atacou a previdência dos servidores; tem precarizado as condições de trabalho, inclusive, com o registro recente da morte de um servidor da limpeza urbana; e tem incessantemente atacado a estabilidade dos trabalhadores por meio de terceirizações que abrangem diversos serviços municipais”.

Exaustão

Na saúde, trabalhadores chegam à exaustão com as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Saúde lotados de pacientes não vacinados. Com o aumento na demanda de trabalho com a nova variante Ômicron, sem valorização salarial, férias canceladas e sem qualquer tipo de reconhecimento, os profissionais cruzam os prazos e exigem seus direitos.

A exemplo do desgoverno de Bolsonaro, que investe em retrocessos na educação brasileira e quer zerar o piso salarial de professores, a prefeitura não pagou o Piso Nacional do Magistério, descumprindo o que a lei determina, além de não promover a transposição das auxiliares para o quadro do magistério.

Os profissionais de assistência social acusam o prefeito Gean Loureiro de destinar recursos da prefeitura a Somar Floripa, entidade comandada pela mulher do prefeito. Enquanto investe na esposa, as casas de acolhimentos como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) estão cada vez mais sucateadas.

O Diretório Municipal do PT emitiu nota em apoio à greve dos servidores. Confira, abaixo:

Nota em apoio à greve dos servidores municipais de Florianópolis

O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores do Município de Florianópolis, através de seu Setorial Sindical Municipal, vem manifestar através desta nota, o seu total apoio aos servidores municipais que encontram-se neste momento em greve.

As atuais reivindicações dos trabalhadores são principalmente, o cumprimento dos acordos coletivos, o fim da precarização das relações de trabalho e das terceirizações.

Acordos estes que foram assinados pelo Prefeito Gean Loureiro, que vem, sistematicamente os descumprindo, desde que assumiu a prefeitura.

Com a recusa no cumprimento dos acordos e o não pagamento dos direitos legais conquistados pelas categorias , Gean, obriga a classe trabalhadora a mobilizar-se, com o intuito de garantia de tudo o que foi o adquirido com luta árdua e trabalho honesto.

O prefeito Gean, o inimigo da classe trabalhadora e que está a serviço apenas do empresariado e de costas para a cidade, manipula a opinião pública através da imprensa, com o intuito de colocar a população contra os servidores, para vender para todos a solução que mais lhe interessa, que é o desmonte e a privatização dos serviços públicos .

Nosso total apoio às trabalhadoras e aos trabalhadores da COMCAP e dos servidores públicos da educação, saúde, preservação ambiental e urbanização .

Saudamos ao Sintrasem como sindicato de luta, na organização e coordenação desses incansáveis trabalhadores.
Viva a luta da classe trabalhadora!

Da Redação, com informações do Sintrasem e ND+

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