Prefeitos reagem à ameaça de Bolsonaro e cobram vacinação de crianças já

Prefeituras e governos estaduais foram os principais atores federativos no enfrentamento da crise sanitária, provocada pela Covid-19, nos dois últimos anos, diz nota da Associação Brasileira de Municípios (ABM)

Divulgação

Prefeito Ary Vanazzi, de São Leopoldo (RS), presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM)

A Associação Brasileira de Municípios (ABM), presidida pelo prefeito de São Leopoldo (RS), Ari Vanazzi (PT), divulgou nota repudiando mais uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro para intimidar as ações dos municípios e estados no combate à pandemia de Covid-19, agora com a variante Ômicron, que tem altíssimo poder de transmissão e já ameaça colapsar o SUS.

Bolsonaro mais uma vez ameaça os poderes municipais e estaduais com o corte de ajuda financeira a quem adotar medidas restritivas de combate ao vírus. A ABM reage na nota lamentando “que que no terceiro ano de combate à propagação do vírus o Governo Federal não tenha entendido o seu papel e a responsabilidade e protagonismo dos municípios brasileiros no enfrentamento da Covid-19“.

Leia abaixo a íntegra da nota da ABM:

Associação Brasileira de Municíipios

ABM repudia fala de Bolsonaro contra municípios e estados

A Associação Brasileira de Municípios (ABM) repudia com veemência a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro, que voltou ameaçar municípios e estados, dizendo que não ajudará financeiramente ao ente da Federação que adotar medida restritiva de combate ao vírus, afirmação veiculada em entrevista a uma emissora de comunicação, no último dia 10 de janeiro.

Como autoridade máxima da Nação, agora, que a crise sanitária ameaça voltar, o presidente da República, deveria estar articulando uma resposta nacional, com prefeituras e governos de Estados, para estancar o mais rapidamente possível a contaminação da nova variante do vírus da Covid, e não ameaçar as autoridades com bloqueio de receitas.

Prefeituras e governos estaduais foram os principais atores federativos no enfrentamento da crise sanitária, provocada pela Covid-19, nos dois últimos anos. A despeito da ausência da União na articulação de uma política pública comum, coesa e unificadora de combate ao vírus, foram os entes subnacionais que se colocaram na linha de frente, adotando medidas de prevenção e saneadores responsáveis, respaldadas tecnicamente pela ciência.

É lamentável que no terceiro ano de combate à propagação do vírus o Governo Federal não tenha entendido o seu papel e a responsabilidade e protagonismo dos municípios brasileiros no enfrentamento da Covid-19.

Assim, a ABM entende que o governo Federal deveria priorizar três ações na conjuntura:

1 – Iniciar a vacinação de crianças imediatamente;

2 – Lançar uma Campanha Nacional de Vacinação para terceira dose;

3 – Convocação de uma reunião federativa para articular um Plano de Ação que o momento exige.

Ary Vanazzi
Presidente

Da Redação

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