Privatizar a Eletrobras é ameaça à soberania e ao bolso do povo

Assembleia de acionistas discute autorização para venda da estatal, nesta terça, 22. “É um crime de lesa-pátria”, denunciou Gleisi. Privatização ameaça desenvolvimento industrial e elevará tarifas

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Nesta terça-feira, 22 de fevereiro, a assembleia de acionistas da Eletrobras pode definir o futuro da empresa, do país e dos brasileiros. Em processo digital, acionistas decidem se autorizam a venda da estatal e em que condições será feita. Na semana passada, o TCU avalizou o preço subfaturado da empresa, avaliado em menos da metade de seu valor.

A empresa estatal, construída por gerações de brasileiros, corre o risco de ser alvo de um duplo estelionato. De um lado, ser “vendida” pela metade do preço, e por outro resultar em graves prejuízos ao Brasil e aos brasileiros. Abrir mão da empresa estatal significa comprometer o desenvolvimento industrial do país e acarretar aumento dos preços das tarifas.

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), anunciou que o partido vai recorrer à Justiça Federal para impedir o processo de  desestatização, segundo a revista Focus Brasil desta semana. “É um crime lesa-pátria”, anunciou. Ao longo dos últimos 50 anos, estima-se que foram investidos mais de R$ 400 bilhões na Eletrobrás”, advertiu Gleisi.

A Eletrobras foi a empresa com o 8° maior lucro líquido em 2020 no Brasil e ocupa o 36° maior patrimônio líquido entre as maiores 200 empresas do Brasil, advertem os especialistas. “Estão querendo privatizar a Eletrobras para aumentar o preço da energia elétrica“, alertou Lula, em entrevista para a rádio Progresso FM, de Juazeiro do Norte (CE), na quinta-feira (17).

“Quem tem que cuidar do povo é o Estado”, defendeu Lula na mesma entrevista. “Por isso fizemos o Luz Para Todos. Foram 15 milhões de pessoas beneficiadas e investimos mais de R$ 20 bilhões para levar energia à casa das pessoas”, apontou. Uma realidade que a privatização busca afastar para favorecer unicamente o lucro dos fundos investidores.

Privatização é desastre anunciado

Exemplos do desastre anunciado não faltam, como denunciamos em matérias anteriores do site do PT. Em países onde a hidroeletricidade possui papel fundamental, como no Brasil, empresas do Estado são amplamente predominantes. É o caso da Noruega, onde 90% da geração e da transmissão estão nas mãos de estatais.

Outro exemplo que mostra como a privatização da Eletrobras é correr na direção contrária ao resto do mundo: na província do Quebec, no Canadá, a estatal Hydro-Quebec, maior produtora de energia elétrica do país, possui praticamente o monopólio do setor elétrico, exportando inclusive para os Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, que patrocinam os processos de privatização no mundo, hidrelétricas são consideradas instalações estratégicas e fundamentais à segurança nacional. Quando a situação fugiu do controle, como no caso do Texas, atingido por um apagão em 2021, onde o sistema foi privatizado, as contas de luz chegaram a alcançar valores de até R$ 90 mil.

Na vizinha Argentina, o presidente Alberto Fernández revogou as privatizações de empresas de energia promovidas pelo antecessor, Mauricio Macri, representante do neoliberalismo. Considerado um gesto de afirmação da soberania, o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) 389/2021 foi assinado por Fernández e grande parte de seu gabinete em junho de 2021.

Da Redação

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