Programas de Lula fortaleceram populações tradicionais no SE

Com PT na Presidência, povos tradicionais como as catadoras de mangaba de Sergipe e os índios Xokó melhoraram de vida. Lula faz caravana pelo estado até esta terça

Pedro Sibahi/Agência PT

Catadoras de Mangaba no povoado de Ribuleirinhas (SE)

As populações tradicionais brasileiras estão entre as principais beneficiadas pelos programas criados no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos e outras iniciativas, milhares de pessoas puderam se manter em suas comunidades vivendo com mais dignidade.

Em Sergipe, o projeto Catadoras de Mangaba é um exemplo de como diferentes iniciativas públicas combinadas mudam a vida da população. Criado em 2010 com o apoio da Universidade Federal de Sergipe, da Petrobras e do governo federal, a iniciativa chegou a ter 600 catadoras de oito municípios sergipanos.

Atualmente, o projeto está ameaçado pela falta de verbas e o desmonte das políticas públicas promovido pelo golpista de Michel Temer. Ainda assim, mulheres de luta, como Josefa dos Passos Santos, seguem tentando trabalhar com a mangaba – uma pequena fruta levemente azeda, típica da região.

A catadora de mangaba Josefa dos Passos Santos

“Foi um projeto muito bom, trouxe muitos benefícios para a gente”, conta Santos, moradora do povoado de Ribuleirinhas, em Estância. “Somos catadoras de mangaba desde sempre, desde a minha mãe. A gente levava as mangabas para a feira, e aquilo não vendia e a gente jogava fora porque a gente não sabia o que fazer”.

“Hoje a gente não faz mais isso. A gente leva para a feira, vende, e aquelas que não vendem na feira a gente despolpa e da polpa faz os derivados, que são as maravilhas que têm aí”. Ela e suas companheiras comercializam produtos como biscoitos, geleias, bombom, licor e tortas.

“Nós nos encontramos e tivemos nosso projeto. Através do projeto conseguimos a compra de nosso terreno e essa unidade para trabalhar. Isso foi no governo de Lula, em 2010”.

Para Santos, a vida era melhor no governo Lula, pois mesmo quando a produção ia mal, ela sabia que não faltaria comida na mesa.

“Ainda hoje temos nossos produtos, mas a renda é baixa. A renda que a gente faz mal dá para comprar os insumos, porque tem que pagar a energia, pagar água, e às vezes não sobra nada para nosso sustento. Com os programas do governo que a gente ganhava, era uma renda extra que gente sabia que tinha direito certo e a gente sabia o que tinha que fazer”.

Ela teve o programa Bolsa Família cortado no governo Temer por ser da Associação de Catadoras de Mangaba, apesar da entidade não gerar lucro.

“No nosso governo Lula e Dilma foi muito bom, digo com sinceridade. Hoje eu vou voltar para as urnas se ele voltar para ser presidente. Se ele não voltar, eu também não volto mais (às ruas). Eu prefiro pagar uma taxa, mas não voto mais”.

Povos Indígenas

Cacique Ba, da aldeia Xokó da Ilha de São Pedro, em Porto da Folha (SE)

Na aldeia dos índios Xokó em Porto da Folha, Lucimario Apolonio Lima, o Cacique Ba, conta como o governo Lula melhorou a situação de seu povo. São cerca de 120 famílias que vivem na Ilha de São Pedro e foram beneficiadas por projetos como Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos, além de ações como o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Segundo Ba, com os governos de Lula e Dilma a região recebeu uma evolução grande na área da saúde. Ele cita, por exemplo, a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), um departamento do Ministério da Saúde. “Hoje temos um polo de saúde dentro da aldeia, que tem equipe quase completa, com enfermeira, médico, dentista, e o médico é cubano”.

Já o Conselho Nacional de Política Indigenista é elogiado porque ampliou o espaço de diálogo. “Os governos de Lula e Dilma deram esse espaço para a gente dialogar, ele não fechou as portas. Foi uma forma da gente conversar de frente. Foi uma forma da gente mostra nossas dificuldades e muitas coisas foram atendidas”.

Com o Minha Casa Minha Vida, 112 famílias conseguiram construir seu imóvel próprio. No entanto, além disso, Ba destaca a importância dos programas de acesso ao estudo superior e às universidades para a juventude local.

“Hoje a aldeia do povo Xokó tem mais de 30 jovens formados no nível superior. Teve tempo que o jovem aqui não tinha direito de estudar e disputar com o rico e hoje graças a Deus uma aldeia pequena como essa tem mais de 30 jovens formados”.

“Foi um mandato que abriu as portas para o pequeno, o pobre, não só o índio, mas que o negro, o sem-terra, tivesse a oportunidade de estudar e disputar com o branco, principalmente aquele da classe alta. Felizmente a juventude daqui hoje é estudada”.

O Xokó Manoel Cássio Martins

Manoel ainda critica Temer. “Esse presidente golpista que está aí, o Temer, está acabando com a nossa nação. Só não enxerga isso quem é cego. Eu sou analfabeto, mas eu estou vendo o buraco aonde estamos caindo”.

Lula pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos estados do Nordeste, entre agosto e setembro, é a primeira etapa de um projeto que deve alcançar todas as regiões do país nos meses seguintes.

O projeto Lula Pelo Brasil é uma iniciativa do PT com o objetivo de perscrutar a realidade brasileira, no contexto das grandes transformações pelas quais o país passou nos governos do PT e o deliberado desmonte dos programas e políticas públicas de desenvolvimento e inclusão social, que vem sendo operado pelo governo golpista nos últimos dois anos.

Por Pedro Sibahi, enviado especial ao Nordeste com a caravana Lula pelo Brasil, para a Agência PT de Notícias

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