Propagador de fake news da direita se recusa a abrir dados à CPMI

Allan dos Santos foi ouvido pela CPMI das Fake News na condição de investigado; ele é autor do blog Terça Livre, inúmeras vezes desmentido por sites de checagem

Alessandro Dantas

Allan dos Santos

O jornalista, sem diploma, Allan dos Santos foi ouvido nesta terça-feira (5) pela CPMI das Fake News na condição de investigado. O blog Terça Livre foi flagrado por diversas empresas de checagem por espalhar notícias falsas.

Durante a oitiva, o investigado se enrolou por diversas vezes em suas respostas, tergiversou e até mesmo chegou a disponibilizar, por solicitação do deputado Rui Falcão (PT-SP), a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico. Minutos depois, orientado pela sua advogada, recuou e pediu o ônus da prova antes de disponibilizar seus dados.

A relatora da CPMI, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatou uma série de notícias falsas publicadas pelo blog Terça Libre sobre os mais diversos assuntos, dentre eles, venda de terras indígenasquadrilha ligada à Fernando Haddad e infarto do jornalista Glenn Greenwald.

“Não checar a informação que se recebe é uma atitude irresponsável e criminosa. Isso não é jornalismo. Isso é linchamento, derrubada de reputações, desmoralização das pessoas”, criticou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), formado em jornalismo.

Ao ser questionado sobre a forma com que mantém contato com Tércio Tomaz, apontado como membro do chamado “Gabinete do Ódio” que opera dentro do Palácio do Planalto orquestrando ataques a adversários por meio das redes sociais, Allan dos Santos se recusou a responder e se resguardou ao direito de ficar em silêncio.

“Entendo que ele não queira responder a relação dele com o chamado ‘gabinete do ódio’, certamente, para não se incriminar, além de não abrir o sigilo de suas redes sociais”, destacou Humberto Costa. Além disso, o dono do blog Terça Livre também se recusou a abrir mão do sigilo bancário, fiscal e telefônico de suas empresas.

Pelo menos três assessores presidenciais foram apontados pelo deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) como responsáveis pelos perfis falsos operados de dentro do Palácio do Planalto. Tércio Tomaz, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos. De acordo com o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), ao menos dois deles, José Matheus Sales Gomes e Tércio Tomaz, recebem cerca de R$ 13 mil mensais em salários.

Repórter do Terça Livre é assessora do PSL
Allan dos Santos ainda confirmou que uma das repórteres que trabalha para o Terça Livre, na condição de freelancer – profissional autônoma –, Fernanda Sales, é assessora parlamentar no gabinete do deputado estadual Bruno Engler (PSL-MG). A assessora assina notícia falsa publicada pelo Terça Livre e, posteriormente, utilizada por Jair Bolsonaro para atacar a jornalista Constança Rezende de O Estado de S. Paulo. A atitude de Bolsonaro levou ao linchamento virtual da jornalista.

“Não pode um blog, jornal ou televisão publicar que alguém sofreu infarto ou foi internado por uso de cocaína sem ser checado. Se isso não é checado, trata-se de notícia falsa”, enfatizou o senador Humberto Costa.

Por PT no Senado

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