Provas em celular de Mauro Cid fecham cerco a Bolsonaro, diz Correia

Para o deputado federal Rogério Correia, investigações da CPMI do Golpe ganham força com a revelação de que ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tinha minuta de GLO e planos de golpe de Estado no celular 

TvPT/Reprodução

Rogério Correia: CPMI dará "instrumentos para abrir um procedimento de inelegibilidade e até de prisão de Bolsonaro”

Membro da CPMI do Golpe, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) disse que a minuta de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e os estudos que buscavam justificar um golpe de Estado encontrados no celular do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, são a “prova cabal” de que o ex-presidente planejou um atentado à democracia.

“No celular do Mauro Cid foi encontrada agora toda uma arquitetura golpista. Isso fecha o cerco de que havia o planejamento do golpe”, afirmou Correia em entrevista ao Jornal PT Brasil, nesta quarta-feira (7) (assista trecho abaixo e a íntegra no fim da matéria).

Segundo o deputado, para concluir que um golpe foi realmente tramado, e que esse plano levou ao ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, basta ligar as várias evidências que já apareceram (veja aqui vídeo que recupera a Linha do Tempo golpista). 

Ele lembrou, por exemplo, a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e das conversas que Cid manteve com Ailton Barros e o coronel Élcio Franco.

“Tem a minuta do golpe que foi encontrada na casa dele (Anderson Torres), que já dizia que eles fariam intervenção no STF e falava na prisão do Alexandre de Moraes. Iriam decretar que as eleições foram fraudadas e dar a vitória da Bolsonaro. Isso foi articulado no WhatsApp, nos telefones deles”, citou.

Correia acrescentou que Bolsonaro, claramente sabia dos planos. “Dizer que não sabia disso não é verdade. Estava na cozinha dele, digamos assim. São elementos chave para se demonstrar o golpe”, argumentou. 

E prosseguiu: “Se fizermos toda a ligação, (vemos que) Bolsonaro perde as eleições, se resguarda e vai arquitetar o golpe. Ele dá sinais de que o golpe estava em andamento e pede ao (candidato a vice) Braga Netto dizer no cercadinho que esperassem, porque tinha coisas novas para acontecer. Ele dá a senha: ‘Esperem, tem coisas novas, não se desmobilizem, continuem se mobilizando’, ou seja, ‘estamos preparando o golpe, fiquem aí que vocês vão ser úteis na hora necessária’. O 8 de janeiro foi o resultado de toda essa trama”.

CPMI deve chegar a Bolsonaro

Para o parlamentar, a CPMI do Golpe vai ajudar a comprovar tudo isso que já está evidente. Segundo ele, a aprovação do plano de trabalho na sessão de terça-feira (6), prevendo a investigação de todos os eventos golpistas que antecederam o 8 de janeiro foi uma vitória importante.

“Nos dará condição de fazer investigação de tudo o que aconteceu. Vamos aprovar um relatório em que o ex-presidente Jair Bolsonaro será indiciado. Este relatório seguirá para o STF, onde o ministro Alexandre de Moraes terá ainda mais instrumentos para abrir um procedimento de inelegibilidade e até de prisão do Bolsonaro”, previu.

Ainda de acordo com o deputado, o que aconteceu na Praça dos Três Poderes foi o ato final de um processo maior. “É muito importante saber o que aconteceu naquele dia e também quem foram os financiadores dos que estavam na porta dos quartéis, como apareceu a minuta de golpe e todo o processo golpista, do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o mandante, o autor intelectual”, apontou.

Primeiros requerimentos

Correia explicou que, na próxima terça-feira (13), a CPMI aprovará os primeiros requerimentos de depoimentos e que, certamente, Mauro Cid, Ailton Barros e Élcio Franco serão ouvidos. “Esses três vão demonstrar como é que se planejava o golpe na antessala do Bolsonaro”, observou.

Da Redação

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