PT apresenta projetos para socorrer atingidos por desastres naturais

As iniciativas propõem a criação de um Fundo para atender ações imediatas dos municípios na prevenção e resposta a desastres naturais e para a agricultura familiar prejudicada por chuvas e estiagens

Lula Marques

Deputados federais do PT e lideranças sociais em coletiva na Câmara

O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG) e o deputado Pedro Uczai (PT-SC) anunciaram durante coletiva a imprensa nesta quarta-feira (16) a apresentação de dois projetos de lei para socorrer a população atingida por desastres naturais, situações de calamidade pública e de emergência.

A primeira proposta (PL 294/22), do líder do PT, propõe a criação de um Fundo para atender ações imediatas dos municípios na prevenção e resposta a essas situações. Já o projeto de autoria de Pedro Uczai (PL 19/22), abre linha de crédito e dá desconto em dívidas para agricultores vítimas de enchentes e secas.

Pela proposta de Reginaldo Lopes, o Fundo Nacional de Apoio a Situações de Desastre, Calamidade e Emergência (Fundec) será constituído, principalmente, por dotações orçamentárias, um percentual de 0,5% do Orçamento da União e recursos provenientes de convênios, contratos ou acordos firmados com entidades públicas ou privadas (nacionais ou internacionais).

Já as ações de prevenção e resposta às situações de desastre, calamidade ou emergência deverão ser aplicados em conjunto com a Secretaria Nacional de Defesa Civil e de acordo com o Sistema Nacional de Defesa Civil.

De acordo com o líder do PT, a criação do Fundo tem como objetivo desburocratizar o envio de recursos para os municípios ajudarem a população atingida e reconstruírem as cidades.

“Às vezes uma ponte destruída acaba com a economia de uma cidade, que espera meses por uma licitação e até anos para a obra ficar pronta. Pretendemos com a apresentação desse projeto de lei constituir um Fundo de R$ 7,5 bilhões por ano, com recursos 100% discricionários, que possam atender de forma imediata as necessidades de assistência aos municípios, algo que hoje só pode ser feito por medida provisória”, explicou.

Projeto indeniza e prorroga dívidas de agricultores familiares

Durante a coletiva, o deputado Pedro Uczai também apresentou o seu projeto de lei, que também é assinado pelo restante da Bancada do PT, que prevê medidas emergenciais de amparo a agricultores familiares atingidos por fenômenos naturais como secas e enchentes.

Entre outros pontos, a proposta do coordenador do Núcleo Agrário do PT prorroga por um ano o vencimento de dívidas vencidas em 2021 e 2022, referentes a operações de crédito rural e desconto de 80% no pagamento das parcelas prorrogadas.

O projeto prevê ainda a renegociação de dívidas já vencidas, motivadas por eventos adversos do clima ocorridos entre 1º de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2020. Nesse caso, fica estipulado desconto de 95% para liquidação total das dívidas até 30 de dezembro de 2022.

O projeto ainda destina linha de crédito de R$ 40 mil por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) destinado à produção de alimentos.

Ao se dirigir às várias lideranças de movimentos sociais também presentes à coletiva de imprensa, Pedro Uczai destacou que será necessária mobilização popular para aprovar a proposta.

“Já temos o Projeto de Lei Assis Carvalho, para atender os agricultores familiares atingidos pela crise da pandemia e agora temos que lutar por este projeto que atende as famílias do campo atingidas por desastres naturais. Agora é mobilização, é rua, e vamos pressionar o parlamento para avançar”, afirmou.

Agricultores protestam no RS. Foto: CUT/RS

Entidades protestam

Durante a coletiva lideranças do MST, do Movimentos de Pequenos Agricultores (MPA), da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf) e da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) protestaram contra o descaso do governo em atender os agricultores que sofrem com a seca no Sul do País. Segundo eles, dos 470 municípios do Rio Grande do Sul, 405 já decretaram Estado de Emergência devido a prolongada falta de chuvas.

As lideranças informaram ainda que participaram de audiência com a ministra da Agricultura, Teresa Cristina (União Brasil-MS), para pedir ajuda aos agricultores vítimas da seca, mas receberam qualquer promessa de ajuda. Segundo eles, a ministra jogou a responsabilidade do auxílio aos agricultores familiares para o ministério da Economia.

Governo tem obrigação de ajudar

Para o novo Líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), o governo Bolsonaro tem a obrigação de auxiliar as famílias atingidas por desastres naturais”.

“Desastre natural ocorre sempre, mas isso é possível se prever. E já que o governo não se preveniu, agora tem que dar respostas e reparar os prejuízos, tanto de familiares que perderam seus bens e seu sustento econômico, seja de famílias do campo ou de áreas urbanas”, defendeu.

A coletiva de imprensa contou ainda com a presença dos deputados Leonardo Monteiro (PT-MG) e Célio Moura (PT-TO), que também defenderam a aprovação dos dois projetos de lei e de ajuda às vítimas de catástrofes naturais.

Conheça a íntegra do projeto:
PL 294 2022

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