PT quer unificar agenda de movimentos pela reforma política

Entidades unificaram a pauta de discussões e a agenda de organização contra alguns dos pontos que estão no relatório da Comissão da Reforma Política na Câmara

O PT se reuniu novamente nesta quarta-feira (13) com representantes da Coalizão Democrática que fazem parte do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva, para unificar a pauta e a agenda de organização contra o relatório da Comissão da Reforma Política em discussão na Câmara.

O grupo marcou um ato para do o dia 26 de maio, em Brasília, para protestar contra os pontos em desacordo o projeto.

O representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Marcello Lavenere, defendeu a organização de uma passeata com palavras de ordem contrárias a algumas das ideias apresentadas pelo relatório que, segundo ele, “não são adotadas em nenhum país democrático”.

“Temos que pressionar o Congresso contra essas propostas”, argumentou.

Para a vice-presidente do PT, Gleide Andrade, estes pontos em desacordo são “retrocesso para a democracia brasileira”, entre eles, o financiamento empresarial de campanhas e o distritão. “Por isso está em elaboração ações conjuntas para reorganizar esse debate no Congresso Nacional”, explicou.

Gleide Andrade afirmou também que o documento discutido na Câmara “personaliza as eleições, aumenta o poder econômico das empresas nas eleições, pois constitucionaliza a contribuição de empresas a candidatos e partidos”.

A petista também critica falta de proposta para a paridade de gênero e a redução da capacidade de renovação das casas legislativas. “Dentre tantos outros malefícios a democracia e ao povo brasileiro”, acrescentou.

O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), esteve presente na reunião representado a bancada petista. Segundo ele, a articulação desses movimentos tem a meta de tornar as eleições mais representativas.

“Acabando com o abuso do poder econômico que muitas vezes pode definir ou influenciar as eleições. É preciso baratear as campanhas e isso passa pelo fim do financiamento empresarial das eleições”, disse.

A opinião do parlamentar é a mesma do representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Aldo Arantes, que acredita ser fundamental realizar uma reforma política para a democracia e os movimentos populares brasileiros. “Mas o que está sendo feito é uma contra reforma, em que o relatório apresentado no Congresso Nacional é um retrocesso. O financiamento empresarial é um dos canais da corrupção eleitoral”, afirmou.

Carla Bueno, que faz parte do Levante Popular da Juventude, acredita que o Congresso atual não vai legislar contra as próprias regalias. “Por isso precisamos nos mobilizar em torno de propostas sérias e aprofundar debates com a população afim de criar uma reforma política democrática que amplie a participação popular e isso só é possível com uma Constituinte Exclusiva”, definiu.

“Estamos há mais de dois anos realizando ampla mobilização em torno dos temas da reforma política, fizemos um plebiscito nacional que contou com mais de oito milhões de votos e agora vivemos um momento em que o Congresso está tentando aprovar regras que vão contra tudo que lutamos”, concluiu Carla.

Novas reuniões serão realizadas para debater ações estratégicas e mobilização social por uma reforma política diferente da que está sendo apresentada pela Comissão da Reforma Política na Câmara dos Deputados.

Também participaram da reunião o Movimento dos Sem Terra (MST); a Central de Movimentos Populares (CMB); a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG); o Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM) e a Rede Educação Cidadã (RECID).

Por Janary Damacena, da Agência PT de Notícias

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