Requião em defesa da soberania: “Brasil tem que ter projeto próprio”

Em entrevista ao Jornal PT Brasil, o ex-senador e pré-candidato do PT ao governo do Paraná diz que o Brasil não pode aceitar a venda de empresas estratégicas como a Eletrobrás e a Petrobrás

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Requião: "Lula é a tábua de salvação do Brasil para retornarmos ao domínio nacional"

O Brasil precisa se defender do ataque à sua soberania feito pelo atual governo, que insiste em tentar vender empresas estratégicas para o desenvolvimento nacional, especialmente a Eletrobrás e a Petrobrás. Foi o que defendeu, em entrevista ao Jornal PT Brasil, nesta quinta-feira (2), o ex-senador e pré-candidato ao governo do Paraná pelo PT, Roberto Requião.

“Bolsonaro não tem delegação popular para entregar o patrimônio nacional. Ele está vendendo mercadoria roubada, e quem comprar a Eletrobrás estará cometendo crime de receptação”, denunciou Requião, comentando a intenção de Jair Bolsonaro de realizar a privatização da maior empresa de energia da América Latina ainda este mês (assista à íntegra da entrevista clicando no vídeo a seguir).

Para Requião, não há outra alternativa para o país que não seja derrotar o atual governo e cancelar os atos contra a soberania que venham a ser concretizados. “Um novo governo deve cancelar isso imediatamente. Não é possível que a gente aceite esse tipo de alienação. Acho que essa venda de patrimônio público deve ser enfrentada pelo novo governo com muita coragem, sem nenhuma hesitação em reverter coisas que mexem nos interesses nacionais e empresas estratégicas.”

Segundo o ex-senador, a pessoa com mais condições para realizar o que ele vê como absolutamente necessário é Lula. “Vocês podem não gostar do Lula por motivo a, b ou c. Mas o Lula é a tábua de salvação do Brasil para retornarmos ao domínio nacional.”

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Requião explicou que as empresas estão sendo vendidas para atender interesses de outros países, que querem obter lucro e, ao mesmo tempo, impedir o Brasil de se desenvolver de forma independente.

“Nós temos que tirar o Brasil da sujeição absoluta a interesses de outros países, o que não significa estabelecer uma guerra contra eles. O Brasil tem que ter um projeto próprio. E, daí pra frente, tem que ser respeitado. Respeitando o projeto norte-americano, que tem povo, tem necessidade, o projeto do mercado comum europeu, o próprio projeto do Brics, que nós participamos de alguma forma”, defendeu.

Abrir mão de empresas que sempre funcionaram como motores do crescimento brasileiro é sabotar um projeto nacional de desenvolvimento, alertou Requião. “Se nós não temos projeto, viramos colônia, com um povo semiescravizado, subassalariado, sem dignidade, sem direito, sem aposentadoria, sem nada. Nós temos que reagir, minha gente. E essa reação tem que ser nesta eleição”, convocou.

Especialista desmente governo

Também entrevistado no Jornal PT Brasil, Mauricio Tolmasquim, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energéticas, desmentiu os argumentos utilizados pelo atual governo para vender às pressas à Eletrobrás.

O primeiro deles, de que a privatização atrairá investidores internacionais, necessários para que o setor elétrico continue crescendo, é totalmente falso. “Não estamos com falta de capacidade instalada. Nós temos capacidade excedente. Inclusive, as distribuidoras estão sobrecontratadas, tem mais energia contratada do que mercado para vendê-la”, informou.

Mais mentiroso ainda é o argumento de que a Eletrobrás é um peso para a União. Tolmasquim lembrou que o governo espera arrecadar cerca de R$ 67 bilhões ao vender as ações que possui da empresa. “Nos últimos quatro anos, ela deu um lucro de cerca de R$ 41 bilhões, Ou seja, 60% do que vai se arrecadar com a privatização. O que vai se arrecadar é muito pouco em relação ao lucro que a Eletrobrás traz ao país”, afirmou (assista abaixo a entrevista).

Da Redação

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