Rio Grande: com Dilma e prefeitura petista, cidade tornou-se polo naval

Gestão do petista Alexandre Lindenmeyer permitiu que dinheiro proveniente da indústria do petróleo fosse investido em temas prioritários como 7 escolas novas

Beneficiados por uma parceria com o governo federal nos últimos 12 anos, Rio Grande (RS) pôde desenvolver-se economicamente ao tornar-se um polo naval. Mas, ao contrário do que pode acontecer em situações de crescimento acelerado, o prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) se preocupou em manter a riqueza na cidade.

O município cresceu a partir do Plano Brasil Maior, do governo Dilma Rousseff (PT), e que instituiu a obrigatoriedade de conteúdo nacional para a indústria de petróleo. Hoje, plataformas construídas na cidade são responsáveis por 30% do petróleo extraído no Brasil.

O momento agora é outro. Ainda que esteja prevista a construção de duas plataformas, a cidade busca investir na diversificação econômica. “O nosso porto representa 95% da exportação do Rio Grande do Sul, de outras regiões do Mato Grosso e até do Paraguai”, afirma Lindenmeyer, candidato do partido à reeleição.

Além do porto, a cidade busca ampliar a indústria química, de fertilizantes e beneficiamento de soja. Para o prefeito, mesmo com uma independência maior da indústria naval, é importante que a Petrobras e o governo federal não abandonem a política de produção nacional, incentivando novas licitações.

Lindenmeyer afirma temer, no entanto, os retrocessos do governo golpista. “A minha expectativa é de que haja reversão no Senado” diz ele. “Se tem alguém que vale a pena apostar em termos de seriedade na gestão pública é Dilma”, diz ele.

Em sua gestão, Lindenmeyer foi responsável por avanços como a primeira escola bilíngue (contemplando surdos) do Rio Grande do Sul, a pavimentação de 28 ruas e a criação de 1.700 vagas na educação infantil e fundamental. Outro foco, explica o prefeito, foi a valorização da cultura local.

A cidade tem um movimento afro muito forte, que foi valorizado pela gestão com a implantação de um conselho municipal com foco no combate à discriminação e respeito às diferenças. Além disso, a festa do Mate – comemoração típica da cidade – foi levada para a rua, com acesso livre para a população.

A chapa de Lindenmeyer contará com o apoio do PC do B, PPS, PTdoB, PRTB e PV. Nessa campanha, o atual prefeito prevê que o principal desafio será a dificuldade de financiamento e a criminalização dos partidos.

Por outro lado, ele afirma que contará com a defesa de todo o patrimônio construído em sua gestão. “Temos muita coisa positiva. Defesa desse patrimônio construído nesses últimos anos, sabendo que temos que aprimorar o que já foi feito”, diz ele.

Na próxima gestão, o prefeito afirma que o foco estaria em avançar no diálogo e na participação. “Quando eu falei das 28 ruas, nós falhamos no que diz respeito a conversar com a comunidade”, explica.

“Enfatizar a importância daquela conquista em relação a comunidade, que aquilo não caiu do céu, mas que vem recursos públicos provenientes da própria indústria naval”. Para ele, é necessário fazer a defesa das políticas nacionais e do próprio município.

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Vista da cidade. Foto: Página pessoal do prefeito

Consultório de Rua

A partir de uma ação integrada entre igrejas pentencostais, católicas e os CAPS (Centros de Atendimento Psicológico e Social) da cidade, foram criados consultórios de atendimento em saúde especializados na população de rua.

“Nesse processo de discussão, entendemos que seria oportuno um consultório de rua, para poder atender moradores de rua que muitas vezes ficam a margem, invisíveis, sem acesso a atendimento médico”, diz o prefeito.

A unidade, explica, trabalha na linha de frente, em um diálogo direto com essa população.

Foto: Página pessoal do Prefeito

Prefeito em visita a escola. Foto: Página pessoal do Prefeito

Sementes crioulas e hortas orgânicas

Através de uma parceria com a Anater e universidades da região, a secretaria de Agricultura do município descobriu que as sementes originárias da região (sementes crioulas) corriam o risco de extinção.

“Nós fizemos uma política de resgate, e essas sementes estão voltando a ser utilizadas na região pela agricultura familiar”, conta ele.

Outra ação foi o estímulo à agricultura orgânica. Isso está sendo realizado em duas frentes: a criação de um grupo de trabalho para discutir maneiras de reduzir, gradualmente, o uso dos agrotóxicos na agricultura familiar e a outra é com a realização da feira orgânica, para venda dessas produtos.

“Estamos tentando desmontar um cenário histórico de uso dos agrotóxicos, tentando colocar toda essa produção de forma segura no mercado e garantindo a renda, mostrando para o produtor que é possível plantar um alimento sem agrotóxico com outras maneiras para preservação do plantio – aí entra o apoio técnico da Anater”, diz.

Por Clara Roman, da Agência PT de Notícias

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