Secretária do MEC quer cobrar mensalidade em universidades federais

Maria Helena Guimarães defendeu mensalidades nos Institutos Federais de educação, nem que para isso seja necessário votar mais uma Emenda Constitucional

Elza Fiuza/Agência Brasil

Secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, defende cobrança de mensalidades

O governo do golpista Michel Temer não respeita a Constituição nem mesmo no quesito Educação. Em reunião com dirigentes da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), a secretária executiva do Ministério da Educação e Cultura (MEC), Maria Helena Guimarães de Castro, defendeu a cobrança de mensalidades nos Institutos Federais.

A reunião ocorreu em Brasília no dia 16 de fevereiro e o conteúdo foi divulgado pelo Proifes na última sexta-feira (24). Este foi o primeiro encontro do ano entre dirigentes da entidade com representantes do governo. O objetivo era apresentar a pauta de reivindicações da categoria e discutir pontos não implementados do acordo de 2015, isonomia da carreira de magistério e reajuste salarial. Contudo, a conversa de quase uma hora foi praticamente toda sobre as contas das universidades.

Logo no início da reunião, antes mesmo da pauta ser apresentada pelo presidente do Proifes, Eduardo Rolim, a secretária do MEC começou a falar sobre receitas. “Não podemos criar situações incompatíveis com o mundo que estamos vivendo, de queda de receita, de mudança no paradigma da economia do país. Nós só aumentamos em folha de pagamento”.

Maria Helena ainda citou as realidades do ensino superior em Portugal, Inglaterra, França e Alemanha, para defender a cobrança de mensalidades no Brasil. “Aliás, nem sei ainda que países têm universidades públicas plenamente gratuitas para todos, independente da situação socioeconômica. O Brasil não pode ficar fora do mundo real”, disse ela.

Maria Helena Guimarães: “sinto muito, vamos cobrar (mensalidades”

Rolim defendeu que “a graduação e a pós-graduação não devem ser cobradas, até por questão de realidade nacional, diferente do Brasil para os outros países”. Ele foi interrompido pela secretária, que afirmou: “Ah, mas vai ser. Sinto muito, mas vamos [cobrar]”.

A secretária do MEC ainda afirmou que a Universidade de São Paulo, em crise financeira, logo deve começar a cobrar mensalidade. “Quando a maior universidade pública do país começar a cobrar, as outras vão cobrar, porque você quebra uma barreira”, completou.

Rolim tentou argumentar que a medida exigiria uma reforma constitucional. “Mas tudo é possível”, rebateu Maria Helena. “Não acabamos de votar várias PECs? Até a PEC do Teto nós votamos”, concluiu a secretária executiva do MEC.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Proifes

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