Sessão solene destaca luta de Marielle e Anderson no combate à violência e à desigualdade

Homenagem ocorreu na Câmara, nesta terça (26). “Ao querer calar Marielle, não sabiam que estavam dando voz mais forte àqueles que combatem a injustiça”, afirmou Gleisi Hoffmann

Arte/PT na Câmara

Emoção: a homenagem foi um momento de lembrança e reconhecimento da importância da luta de Marielle e Anderson

Deputados e deputadas participaram de uma emocionante homenagem à ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, e seu motorista, Anderson Gomes, no Plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (26). Marielle e Anderson foram brutalmente assassinados em março de 2018, e a sessão solene, requerida pela deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), foi uma forma de relembrar suas vidas e seus legados, além de cobrar justiça pelos crimes.

A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), destacou em seu discurso: “Quiseram calar Marielle, quiseram calar Anderson. Mas, ao querer calar Marielle, não sabiam que estavam dando voz mais forte àqueles que combatem a injustiça, àqueles que combatem as milícias, àqueles que combatem a insegurança em nosso País”.

Já a 2ª Secretária da Mesa, deputada Maria do Rosário (PT-RS), ressaltou a importância de Marielle como representante das mulheres, do povo negro periférico, dos mais pobres e dos trabalhadores. Ela afirmou que Marielle ensinou que “a verdadeira mudança só existe quando nós nos unimos”.

Maria do Rosário também fez questão de mencionar o impacto da luta de Marielle para as mulheres negras: “Mulheres negras, vocês se levantaram. Obrigada, em nome do Brasil, a cada menina negra e a cada mulher negra que ocupa o espaço na política e diz: ‘Nunca mais sem nós’. Essa é a voz de vocês. Marielle é a voz de vocês. E vocês não permitiram que a voz de Marielle fosse calada. Defensora dos direitos humanos, Marielle carregava o futuro. Anderson, um trabalhador, carregava esperanças, uma família. Sua luta tem sido levada adiante”.

A homenagem foi um momento de lembrança e reconhecimento da importância da luta de Marielle e Anderson, além de ressaltar a necessidade contínua de se combater a violência, a injustiça e a desigualdade em nossa sociedade.

Símbolo nacional

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, enfatizou que Marielle Franco se tornou um símbolo nacional. “Marielle Franco não é mais um símbolo do Rio de Janeiro, não é mais um símbolo da comunidade negra, não é mais um símbolo das mulheres. Marielle Franco agora virou um símbolo nacional, virou uma prova da nossa força, da nossa capacidade de nos reorganizar e de resistir às barbáries que este País nos perpetra”.

Os assassinos

Após seis anos, as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes avançaram significativamente com a prisão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, suspeitos de serem os mandantes do crime. A operação conjunta entre a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro, nesse último domingo (24 foi baseada na delação de Ronnie Lessa, executor do crime, que os apontou como os responsáveis, em delação homologada.

Gleisi Hoffmann parabenizou a operação, mas ressaltou que ainda há muitas perguntas a serem respondidas. Ela questionou por que as investigações não avançaram durante o governo Bolsonaro e apontou que também é preciso investigar as circunstâncias que permitiram que o crime ocorresse.

“Foi preciso mudar o governo federal para que pudéssemos avançar nas investigações. Portanto, precisamos também, além das investigações sobre as pessoas que já estão presas, investigar o que aconteceu nestes governos — por que, durante o governo Bolsonaro, não se avançou nas investigações sobre a morte de Marielle e Anderson? Por que, no Governo do Rio de Janeiro, não se deixou avançar também nas investigações sobre a morte de Marielle e Anderson? Essas perguntas devem ser sempre a nossa referência”, destacou Gleisi Hoffmann.

Justiça

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) espera que a justiça seja completa. “Eu estou me esforçando para não chorar, porque eles não merecem nossas lágrimas, mas o nosso protesto, a nossa indignação, a nossa ira, a nossa raiva, isso eles merecem. É por isso que aqui estamos todas nós para pedir que eles sejam verdadeiramente condenados, mas não que paguem uma fiança e daqui a pouco estejam entre nós. É preciso fazer justiça, e ela tem que ser completa”.

Os deputados Reimont (PT-RJ), Reginete Bispo (PT-RS), Carol Dartora (PT-PR), Dandara (PT-MG) e Erika Kokay (PT-DF) também discursaram na sessão.

Assista a homenagem na íntegra:

Do PT na Câmara

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