Terrorismo bolsonarista: criminosos serão identificados e inquéritos, abertos

“Crimes políticos são de competência federal e, em janeiro, serão tomadas as providências que não foram agora possíveis”, alertou Flávio Dino. “Bolsonaro continua incentivando ativistas fascistas”, condenou Lula

A desordem provocada pelos vândalos, muitos dos quais também estão concentrados nos quartéis, encontra raízes no golpismo de Bolsonaro (Foto: Sergio Lima)

Os atos terroristas cometidos por vândalos apoiadores de Jair Bolsonaro, na noite da segunda-feira (12), deixaram um rastro de destruição e horror na capital federal e, estranhamente, ainda não resultaram na punição de nenhum dos criminosos. Os bolsonaristas incendiaram ônibus e carros e tentaram invadir a sede da Polícia Federal. Mas os criminosos serão identificados e responderão por seus crimes, garantiu o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, na noite de encerramento dos trabalhos do Gabinete de Transição, nesta terça-feira (13).

“Todas as pessoas estão sendo identificadas, rigorosamente todas, todos os inquéritos cabíveis serão feitos”, assegurou Dino. Ele lembrou os artigos 109 e 144 da Constituição: “Crimes políticos são de competência federal e, a partir do dia 1º de janeiro, serão tomadas as providências que não foram agora possíveis”, advertiu.

AI-5 nunca mais

Dino lembrou que o 13 de dezembro também marcou um período de escuridão para o povo brasileiro quando, em 1968, a ditadura militar decretou o AI-5, instrumento responsável por crimes de tortura e mortes no Brasil. A história, no entanto desta vez, não se repetirá, advertiu o senador eleito.

“Este 13 de dezembro de 2022 é a prova de que nunca mais o Brasil vai viver aquele 13 de dezembro do AI-5. A democracia venceu e vai continuar a vencer, de modo que gostei muito do termo que Alckmin usou, de presidente sainte. Em 1º de janeiro vai sair o presidente sainte e o presidente entrante vai entrar”, declarou.

Terrorismo tem origem em Bolsonaro

A desordem provocada pelos vândalos, muitos dos quais também estão concentrados nos quartéis com anuência das Forças Armadas, encontra raízes no golpismo escancarado de Bolsonaro. Inconformado com a derrota eleitoral, o extremista estimula os atos antidemocráticos enquanto ganha tempo para continuar sonhando em anular as eleições, como lembrou o presidente eleito Lula, na mesma cerimônia de encerramento da Transição.

“Esse cidadão até agora não reconheceu sua derrota, continua incentivando s ativistas fascistas que estão na rua, ontem ele recebeu esse pessoal no Palácio do Alvorada”, disse Lula. “Ele segue o rito de todos os fascistas no mundo”, alertou, citando outros líderes mundiais da extrema direita.

A virulência do ódio bolsonarista também foi alvo da indignação da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). “Ontem eu denunciei na tribuna da Câmara dos Deputados os atos de terrorismo que aconteceram em Brasília. Não podemos mais tolerar a violência e os atentados à nossa democracia”, clamou Benedita.

Bolsonaro continua tramando golpe, diz site

Enquanto isso, Bolsonaro segue atentando contra a democracia, aponta o site de notícias Metrópoles. De acordo com o portal, o extremista tenta última cartada para anular eleições. Bolsonaro estaria pressionando Valdemar Costa Neto, presidente do PL, por nova ação para inflamar as ruas.

A ação que seria protocolada na Justiça pediria novas eleições, sob alegação de fraude, revelou a agência de notícias.

Comunidade internacional reage em defesa da democracia

As constantes ameaças à democracia feitas por Bolsonaro e seus seguidores levaram a comunidade internacional a reagir. De acordo com o colunista do UOL Jamil Chade, diplomacias estrangeiras estão empenhadas em uma mobilização em torno da defesa da democracia para assegurar que o resultado das eleições seja respeitado.

A articulação ajudaria a garantir que Lula seja empossado sem sustos no dia 1º de janeiro. Segundo Chade, que ouviu diplomatas estrangeiros, o objetivo é trazer ao Brasil o maior número possível de chefes de estado, de governo, chanceleres e lideranças internacionais para a cerimônia de posse.

De acordo com Chade, “capitais europeias e norte-americanas montaram uma espécie de força-tarefa para chancelar os resultados das urnas no Brasil. E, de fato, foi isso o que ocorreu nos minutos que se seguiram ao anúncio da vitória de Lula”.

“Mas a percepção é de que o esforço precisa ser mantido, diante do risco de que o período até a posse seja usado para criar distúrbios sociais e questionamento do processo eleitoral”, escreveu o colunista.

Da Redação, com UOL

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