Violência no campo provoca mais um assassinato de líder quilombola no Pará

Comunidade reivindica demarcação das terras, em uma área pública da União no município de Acará

As disputas envolvendo terras no estado do Pará fizeram recentemente mais uma vítima. Na noite de sexta-feira (4), Artêmio Gusmão, líder da comunidade quilombola Mancaraduba, foi assassinado a tiros e esquartejado perto de sua casa. O crime apresenta fortes indícios de estar ligado a conflitos fundiários, já que o quilombola sofria ameaças de morte por parte de fazendeiros e madeireiros da região. “É fundamental estar atento e denunciar todas as situações de violência e agressão aos diretos humanos, como o assassinato de Artêmio Gusmão”, afirma o deputado Claudio Puty (PT-PA).

A comunidade reivindica demarcação das terras, localizadas em uma área pública da União no município de Acará, noroeste do estado. O processo de reconhecimento está na Justiça Estadual e é contestada pela empresa Biopalma. Segundo a Ouvidoria da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), as ameaças à liderança vinham se agravando nos últimos dois anos. No ano passado, dois irmãos de Gusmão também foram assassinados em virtude de conflitos fundiários. Outras pessoas da mesma família estão sob ameaça de morte.

Segundo Puty, com a volta do PSDB ao governo do estado, esse tipo de crime cresceu consideravelmente, já que a segurança no campo foi desmontada. “É cada vez mais importante retomar a luta pela valorização da reforma agrária no Pará”, diz o deputado. Segundo ele, as motivações das disputas agrárias no Pará não se restringem somente à terra, mas envolvem ainda os recursos naturais: madeira, água e minério, inclusive em áreas que já foram regularizadas.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara

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