Visibilidade lésbica: “Lutamos contra o retrocesso atual”, diz secretária LGBT
No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, a secretaria LGBT do PT-PE, Rivania Rodrigues, afirma a importância da resistência hoje e lembra os avanços nos governos do PT
Publicado em
Há 23 anos ocorreu o 1º Seminário Nacional de Lésbicas, organizado pelo Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro (Colerj). Desde então, 29 de agosto tornou-se o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, data que denuncia a invisibilidade e as diversas violências psicológicas, simbólicas, físicas e econômicas sofridas por mulheres lésbicas. Além disso, o mês inteiro de agosto é marcado pela luta da população lésbica, já que o dia 19 é Dia Nacional do Orgulho Lésbico.
A data ganha ainda mais importância na atual conjuntura. A comemoração é símbolo de resistência no Brasil, país em que o próprio presidente é homofóbico declarado. A união dos movimentos sociais que defendem as mulheres lésbicas é essencial para combater a homofobia, combatendo o machismo marcante da sociedade brasileira.
Rivania Rodrigues é secretária estadual LGBT de Pernambuco e atua na pasta de Mulheres da Secretaria Nacional LGBT do PT. Em entrevista à Agência PT, a militante reforçou sua resistência: “Com ou sem Bolsonaro, com ou sem fundamentalistas, nós não vamos continuar no armário. O Bolsonaro e os fascistas que nos aguentem, não vamos deixar eles passarem por cima de nossos corpos”.
O legado do PT
Lula foi o primeiro presidente a dar voz à comunidade LGBT nas decisões do governo sobre pautas que a afetam diretamente. Rivania, que também é articuladora da Rede Candaces (Rede Nacional de lésbicas e bissexuais negras e feministas), destacou os avanços do ex-presidente:
“Começamos a avançar neste país com o governo Lula. Nós criamos o organismo da política da mulher no governo federal, onde as mulheres lésbicas tinham seu espaço e o Brasil sem Homofobia. As políticas LGBT avançaram muito nos governos do PT. O governo progressista a partir de Lula fez com que a nossa liberdade e nossos direitos aparecessem e acontecessem.”
Com Dilma, gays, lésbicas e transsexuais continuaram a conquistar espaço na sociedade. Em 2011, o STF reconheceu a união homoafetiva e a garantia dos direitos fundamentais aos homossexuais. A luta do Partido dos Trabalhadores no campo progressista sempre acompanhou a comunidade LGBT.
“Lula Livre para a gente é um marco. Quando ele diz ‘jamais apagarão nossas ideias’, isso nos ajuda a criar força para continuarmos na luta. Mesmo com o ex-presidente preso, as ideias dele continuam aqui, ajudando na resistência das mulheres lésbicas”, enfatizou a militante.
Conservadorismo pós golpe
Depois do golpe em 2016, governos de direita assumiram o poder com mentalidade conservadora, colocando em risco os direitos da comunidade LGBT. Bolsonaro, representante máximo do atual governo, já deu diversas declarações homofóbicas e continua o desmonte, iniciado por Temer, de políticas públicas que defendam lésbicas e gays. Rivania falou das mudanças no país nos últimos 3 anos:
“Com a chegada do governo Temer, chega também a invisibilização, onde as políticas das mulheres começam a cair. Com o governo Bolsonaro, perdemos o conselho nacional da política LGBT, o órgão da mulher e as lésbicas, bissexuais e transsexuais não tem representatividade no governo. Hoje, a nossa luta é contra o conservadorismo, contra esse retrocesso e desgoverno”.
Da Redação da Agência PT de Notícias