Missão do novo presidente é acelerar esquartejamento do BB

Apesar do silêncio de grande parte da mídia rentista, a indicação de André Brandão tem por objetivo acelerar a venda de ativos do Banco do Brasil. Oriundo do HSBC, o executivo é indicado no momento em que o banco inglês está envolvido em uma disputa aberta com a empresa chinesa Huawei, fabricante do 5G

O governo deve confirmar nesta semana o nome do executivo André Brandão para presidir o Banco do Brasil. “A princípio é ele. Vou falar com Guedes amanhã. Tenho total confiança no Guedes. A escolha é dele”, disse Bolsonaro. Atualmente, André Brandão é executivo do banco britânico HSBC desde 1999, quando entrou na área de renda fixa, vendas e câmbio.

Apesar do silêncio de grande parte da mídia rentista, a indicação de Brandão tem por objetivo acelerar a venda de ativos do Banco do Brasil. De acordo com a Agência Estado, a privatização de “partes” do BB é prioridade de Guedes. O presidente anterior, Rubens Novaes, foi afastado por não ter conduzido o processo com a rapidez esperada pelo governo. Assim como a Petrobras, o Banco do Brasil é um dos alvos preferenciais do mercado financeiro.

O processo de privatização iniciado por Novaes, para o qual Guedes quer mais pressa, envolveu escandalosa venda de carteira de ativos do BB para o BTG Pactual. O valor contábil das carteiras, segundo o Banco do Brasil, é de R$ 2,9 bilhões, e o impacto financeiro da transação será de R$ 371 milhões. Foi a primeira vez que o BB realizou uma operação de cessão de carteira de crédito a uma instituição fora de seu conglomerado. Guedes foi fundador do banco BTG Pactual.

Ilustração: Site do PT

HSBC x Huawei

O executivo é indicado no momento em que HSBC está envolvido em uma disputa aberta com a empresa chinesa Huawei, fabricante do 5G. O banco inglês é acusado de “traição” por ter patrocinado uma “delação premiada”, ao estilo “Lava Jato”, que resultou na prisão da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, no Canadá, em 2018.

De acordo com a acusação, Meng teria ocultado o relacionamento da Huawei com a empresa iraniana Skycom. Com isso, induzindo o HSBC a violar as sanções dos EUA contra o Irã. No processo, o HSBC negou saber das operações. A defesa da executiva , no entanto, diz que o banco tinha conhecimento das operações.

A declaração do HSBC ocorreu após o Diário da China e outros importantes jornais do país publicarem um relatório acusando o HSBC de cumplicidade com os EUA. De acordo com o relatório, o HSBC recebeu “enormes benefícios” ao ajudar o governo dos EUA a enfrentar a Huawei.

Os jornais chineses afirmam que o banco agiu como se fosse uma vítima da “fraude” de Meng e, assim, produziu “provas” contra ela. A manobra permitiu ao Departamento de Justiça dos EUA isentar o HSBC da acusação de lavagem de dinheiro. Cerca de metade do lucro do HSBC vem de suas operações na China e em Hong Kong.

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