Abandono das pequenas empresas aprofunda crise econômica
Sem apoio às empresas, e com o desemprego em disparada, a recuperação imediata da economia prometida por Guedes é uma falácia. As empresas que resistirem encontrarão grandes dificuldades para enfrentar as novas regras sanitárias e a redução dos clientes
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O governo não tem proposta para enfrentar a crise durante a pandemia e menos ainda um projeto para a retomada da economia. Sem dar respostas à falência das empresas e ao desemprego, o ministro Paulo Guedes vende a ilusão de um futuro promissor.
A única alternativa que apresenta, no entanto, é a velha tese da privataria tucana. Segundo o mascate neoliberal, nos próximos “30, 60, 90 dias” o governo fará três ou quatro “grandes” privatizações. Lembrado o próprio Paulo Guedes, a economia vive um “bom momento” para “ganhar dinheiros com as grandes empresas e perder com as pequenas”.
A falta de apoio às micro e pequenas empresas durante a pandemia é a ponte para o futuro desastre da economia na pós-pandemia. Até a semana passada, apenas 17% do crédito para socorrer empresas foi desembolsado pelos bancos. Sem apoio agora, um grande número de micro e pequenas empresas não resistirá à redução do mercado no período pós-flexibilização.
Do total de R$ 70 bilhões anunciados, apenas R$ 12,1 bilhões foram executados. Dos 39% de pequenos empresários que buscaram socorro financeiro, apenas 17% tiveram sucesso. Os recursos foram liberados aos bancos, mas não chegaram nas mãos dos empresários. A maioria não resistiu à burocracia e às inexequíveis garantias por parte dos bancos.
Sem apoio às empresas, e com o desemprego em disparada, a recuperação imediata da economia prometida por Guedes é uma falácia. As empresas que resistirem encontrarão grandes dificuldades para enfrentar as novas regras sanitárias e a redução dos clientes. O aumento do desemprego e a redução do poder de compra dos trabalhadores ampliam o caldeirão do caos.
Os indicadores do desemprego durante a pandemia completam a sinalização da dramática realidade. Para cada brasileiro com carteira assinada que perdeu o emprego durante a pandemia, dois trabalhadores informais ficaram sem trabalhar. No período analisado, 3,98 milhões de trabalhadores informais perderam sua principal fonte de renda.
Redação com informações da Folha