Ao lado de indígenas, Lula anuncia plano de realizar Cúpula da Amazônia

Lula quer reunir todos os países que abrigam a Amazônia para elaborar uma proposta conjunta ao mundo, prevendo, inclusive, financiamento internacional para a preservação da floresta

Ricardo Stuckert

Lula com lideranças indígenas na COP 27 (foto: Ricardo Stuckert)

Ao se reunir com lideranças de povos originários de todo o mundo, nesta quinta-feira (17), na COP 27, fórum ambiental realizado pela ONU no Egito, Lula afirmou que os indígenas são parte essencial na solução da crise climática e anunciou a intenção de realizar, em 2023, a Cúpula da Amazônia, reunindo todos os países que abrigam a maior floresta tropical do mundo.

Segundo o presidente eleito do Brasil, a ideia é que, juntas, essas nações apresentem um plano para a Amazônia. “Nós nunca nos reunimos para formular uma proposta conjunta para o mundo. E não se trata só de preservar. O que nós queremos saber, também, é quanto vão nos pagar para a gente cuidar do planeta Terra”, disse (assista à íntegra da fala no vídeo abaixo).

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E acrescentou não ter dúvidas de que qualquer saída para a crise climática que o mundo enfrenta passa pela participação dos povos indígenas. “O mundo precisa de cuidado, de água limpa, de floresta preservada, da nossa fauna. E ninguém melhor que os indígenas para cuidar, porque nós sabemos que eles são responsáveis por cuidar de quase todas as florestas existentes no mundo.”

Vontade e compromisso

Lula falou no Fórum Internacional dos Povos Sobre Mudança Climática, que reúne etnias de todo o mundo. Aos presentes, disse que espera fazer um governo que sirva de exemplo para o mundo no que diz respeito à participação dos indígenas — por isso, vai criar o Ministério dos Povos Originários — e se colocou à disposição para apoiar as causas dos povos originários de todo o mundo.

“Assumir o compromisso de representar os povos indígenas é uma coisa para a qual eu não tenho tamanho. Mas eu tenho vontade. Eu tenho compromisso”, disse. “E, se eu puder, em algum encontro internacional, representarei vocês, levando as reivindicações de vocês”, prometeu.

Por fim, Lula definiu o encontro como um dos mais importantes que teve em sua vida. “Tenho muito orgulho de estar nessa reunião. Já almocei com rainha, com príncipe, com presidentes de vários países, mas nunca fiz uma reunião tão significativa quanto esta. Eu sou um grão de areia na importância que vocês têm para o mundo e para a luta de vocês. Um grão de areia sozinho não faz nada, mas milhões de grãos fazem uma praia. Eu quero fazer parte da luta de vocês e quero que vocês aproveitem o meu mandato de presidente da República para que eu possa contribuir.”

Encontro com ONGs

Na primeira agenda do dia, Lula conversou com representantes da sociedade civil brasileira que participam da COP-27. A eles, voltou a garantir a participação popular na elaboração das políticas de seu governo.

“Não vejo o Brasil dar certo sem envolvermos a sociedade nas decisões. Por isso vamos retomar as conferências nacionais, para que o povo decida que política pública entende que seja correta. E vamos fazer uma conferência da juventude, para que ela diga o que quer”, anunciou.

Lula disse ainda que os presentes podem cobrar sempre de seu governo, pois a cobrança é uma forma de apontar caminhos, e garantiu ser possível fazer o país se desenvolver sem desmatar seus biomas. “Não é necessário derrubar uma árvore para plantar coisas novas. Temos milhares de hectares degradados que podem ser recuperados.” 

Da Redação

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