Bolsonaro e Guedes sobem juros, disparam inflação e ainda desempregam

IPCA-15 acelera, chega a 0,99% e é o maior para fevereiro em seis anos. Encarecimento do crédito causado pela alta da Selic inibe investimentos produtivos e geração de empregos

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Variação anunciada pelo IBGE é a maior para o mês desde 2016

Os efeitos da atuação da dupla amiga do sistema financeiro, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, continuam a castigar o bolso do povo brasileiro. O encarecimento do crédito causado pela alta da Selic inibiu investimentos produtivos e a geração de empregos e não conteve a pressão inflacionária. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam alta de 0,87%, mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,99% em fevereiro. A variação, anunciada nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a maior para o mês desde 2016 (1,42%).

A inflação foi intensificada pela desvalorização do real, a dolarização dos preços dos combustíveis e uma alegada “crise hídrica” que gerou aumentos abusivos das tarifas de energia elétrica.

Considerado a prévia da inflação do mês, o IPCA-15 acelerou em relação a janeiro, quando a alta foi de 0,58%, e chega a 10,76% em 12 meses. O acumulado estava em 10,20% no mês anterior. O indicador antecipa o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para fevereiro. E é de alta, apesar da escalada da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central (BC) “independente”.

Desde março de 2021, a Selic passou de 2,00% para 10,75% ao ano. Isso não impediu que o IPCA de 2021 (10,06%) fosse o mais alto desde 2015. A previsão do mercado para a inflação fechada de 2022 está em 5,56%, no segundo ano seguido de estouro do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta central é 3,50%, o piso é 2% e o teto, 5%. A projeção dos analistas é de Selic em 12,25% no fim de 2022.

E a carestia continua disseminada, com variações para o alto em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. À exceção de Porto Alegre (-0,11%), todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. O maior resultado ocorreu na região metropolitana de São Paulo (1,20%), influenciado pelas altas dos cursos regulares (6,39%) e dos automóveis novos (2,24%).

A maior variação (5,64%) e o maior impacto (0,32 ponto percentual) vieram do grupo Educação. Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (1,20% e 0,25 p.p.), que acelerou na comparação com o mês anterior (0,97%), e Transportes, que subiu 0,87% após queda de 0,41% em janeiro e contribuiu com 0,19 p.p. em fevereiro. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Habitação e o 1,94% de Artigos de residência.

Com a maior variação (5,64%) entre os grupos, o segmento de Educação teve impacto de 0,32 p.p. no IPCA-15, dois quais 0,28 p.p. vieram da alta dos cursos regulares (6,69%), por conta dos reajustes habitualmente negociados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (8,03%), da pré-escola (7,55%), do ensino médio (7,46%), da creche (6,47%) e do ensino superior (5,90%). Curso técnico e pós-graduação subiram 4,40% e 2,93%, respectivamente.

Outro destaque foi o grupo Alimentação e bebidas, com alta de 1,20% em fevereiro, acelerando em relação ao resultado verificado em janeiro (0,97%). As maiores altas vieram de alguns tubérculos, raízes e legumes, como a cenoura (49,31%) e a batata-inglesa (20,15%). O grupo tem o segundo maior peso no IPCA-15, com 21% do total.

Da Redação, com Imprensa IBGE

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