Bolsonaro inventa mais uma: inaugurar obra hídrica sem água

Jair Bolsonaro vai a Pernambuco inaugurar Ramal do Agreste, que poderia levar água a 68 municípios. Só que ele mesmo vetou outra obra necessária para que água chegue ao canal, denuncia governo do estado 

É muita falta do que mostrar… Na tentativa desesperada de inaugurar obras e fingir que seu governo faz alguma coisa, Bolsonaro apela para todo tipo de expediente. Depois de inaugurar obra que já tinha sido entregue em Alagoas, uma ponte de madeira de 18m no Amazonas e várias obras financiadas por governos do PT, o ex-capitão agora abusa da criatividade e “presenteia” Pernambuco com uma obra hídrica sem água.

O atual presidente marcou para a tarde desta quinta-feira (21) uma cerimônia de inauguração do Ramal do Agreste em Sertânia (PE), cuja função seria levar água a 68 municípios pernambucanos. Seria. O problema é que, para funcionar, o ramal depende da Adutora do Agreste, obra que está parada porque o próprio Bolsonaro vetou, em abril passado, os recursos para concluí-la, informa a Folha de S. Paulo.

“Em todo o ano de 2021, nenhum único centavo foi repassado ao Governo de Pernambuco para o andamento das adutoras. Deixando bem claro: em 2021, a União não realizou nenhuma transferência de recursos”, informou o governador do estado, Paulo Câmara (PSB), em nota enviada ao jornal. Assim, o ritmo das obras foi reduzido, “por conta da incerteza na disponibilidade financeira por parte do Governo Federal”, continua a nota.

Não faz, mas rouba dos outros

No começo de seu mandato, Bolsonaro se orgulhava em dizer que seu governo se preocuparia mais com “desconstruir” e “desfazer”. Agora, às vésperas do ano em que tentará a reeleição, recorre às suas velhas fake news e finge ter construído algo. A agenda de inaugurações que organizou para marcar seus 1.000 dias de governo, por exemplo, se parece mais com os feitos da competência de vereador, ao incluir a entrega de míseros 10km de asfalto no sul da Bahia. 

Outra tática adotada pelo ex-capitão é, na maior cara de pau, inaugurar obras pensadas, iniciadas e financiadas por governos anteriores, especialmente do PT. É o caso, por exemplo, da Ponte do Abunã, que liga Acre e Rondônia; a recuperação da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e trecho da transposição do Rio São Francisco. 

Da Redação

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