Bolsonaro usa Secom da Presidência para convocar atos contra Congresso Nacional

Empresários apoiadores do presidente estão investindo dinheiro nas redes para impulsionar publicações sobre o ato golpista que também ataca o STF

Marcos Corrêa/PR

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom), sob gestão de Fabio Wajngarten, publicou em sua página oficial do Twitter, na noite desta terça-feira (10), uma divulgação dos atos golpistas do dia 15 de março, que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O tuíte fala sobre a participação do presidente Jair Bolsonaro em um seminário a empresários brasileiros em Miami, nos Estados Unidos. No evento, Bolsonaro disse que combateu “duramente” a esquerda e que não pode “dar trégua ou oportunidade para eles”.

A publicação da Secom destaca uma fala do presidente sobre o 15 de março, dizendo que são “manifestações populares legítimas”. Na imagem que acompanha o tuíte, há uma foto de pessoas protestando usando roupas da cor da bandeira brasileira e uma aspas de Bolsonaro: “As manifestações do dia 15 de março não são contra o Congresso, nem contra o Judiciário. São a favor do Brasil”.

As mobilizações foram primeiro organizadas por apoiadores do presidente – que divulgaram cartazes pedindo o fechamento do Congresso e o retorno do AI-5 – mas logo passaram a ser convocadas pelo próprio Jair Bolsonaro. Depois de negar que estaria convocando apoiadores pelas redes, o ex-capitão decidiu abrir o jogo e começar a falar sobre os atos durante eventos oficiais.

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Alguns apoiadores do presidente estão investindo dinheiro nas redes sociais para impulsionar publicações sobre o ato do dia 15. A Biblioteca de Anúncios do Facebook mostra postagens que atacam o Congresso e o STF, pedindo o fechamento de ambos e uma intervenção militar.

Pelo menos 10 páginas bolsonaristas aderiram aos anúncios pagos nas redes sociais, de acordo com o UOL. A página mais famosa a participar deste movimento, com 4,4 milhões de seguidores, é a oficial do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan. Desde fevereiro, Hang já impulsionou pelo menos 10 postagens no Facebook e no Instagram convocando para os protestos.

Por Revista Fórum

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