China prioriza formação permanente de quadros políticos

Chefiada pela presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), delegação do partido visita Escola Central do Partido Comunista da China, nesta quinta-feira (11), em Pequim

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Desde 1989, a Escola Central do Partido é presidida pelo mais alto secretário do Secretariado do PC chinês

A convite do Partido Comunista da China, a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), conheceu a Escola Central do Partido Comunista da China, nesta quinta-feira (11), em Pequim. A parlamentar lidera a delegação em visita ao país asiático por ocasião dos 40 anos das relações entre o PT e o PC chinês. O instituto de ensino superior é responsável pela formação do corpo da administração pública chinesa e também dos quadros do próprio partido.

“Essa unificação é recente, é de 2018, e corresponde a uma orientação política que afirma, que reafirma, que enfatiza, o predomínio do partido sobre a condução política geral do governo”, explica Valter Pomar, professor da Universidade Federal do ABC, diretor de Cooperação Internacional da Fundação Perseu Abramo e membro do diretório do PT e da delegação do partido em visita a Pequim.

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O Partido Comunista da China reconhece a relevância da formação permanente e contínua para exaurir a corrupção entre seus quadros, para aumentar a eficiência deles e para a incorporação, entre eles, do dever de servir à população do país. Desde 1989, a Escola Central do Partido é presidida pelo mais alto secretário do Secretariado do PC chinês. Atualmente, o cargo é ocupado por Chen Xi. A maioria dos dirigentes políticos chineses se formou pelo instituto e se refere ao presidente como “professor”.

Instalada no salão de recepções do instituto, cujo prédio chama a atenção pela arquitetura, a delegação do PT passou a tomar conhecimento das diretrizes do PC chinês para o futuro da China, inserida hoje no mundo multipolar e principal parceira comercial do Brasil. Em 13 temas, as orientações do partido estão voltadas à questão interna e à questão externa, à construção do socialismo, à administração do país, à cultura, entre outros.

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“O Partido Comunista da China se enxerga como sendo uma organização que serve ao povo chinês. O reitor, evidentemente, também enfatizou muito a questão do socialismo. Fez críticas duras ao comportamento dos Estados Unidos e à situação do capitalismo no mundo. E o que fica da visita à Escola Central do Partido, na minha impressão, é como esse tema da formação permanente e continuada de quadros é importante no êxito do Partido Comunista da China”, relata Pomar.

Estudos aprofundados

Uma vez a cada cinco anos, os quadros do PC da China são submetidos a extensos períodos de estudo na Escola Central do Partido, para adquirirem conhecimento profundo acerca das questões de relevância nacional. “Do militante de base ao Xi Jinping, todos têm que passar períodos longos, muitos meses”, detalha o membro do diretório do PT.

A Escola Central do Partido funciona como centro de formação, de investigação, de assessoria à direção partidária e também de difusão da cultura chinesa, principalmente, aquela silenciada pelo domínio colonial.

“Em resumo, fica para nós a mensagem de que o tema do poder político, o tema da relação com as massas, o tema do plano estratégico se cruzam, dependem, se alimentam desse trabalho permanente e continuado de educação política dos quadros”, conclui Pomar.

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Relações Interpartidárias

Ao fim da visita, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reafirmou o interesse do partido em manter relações de cooperação com a Escola Central do Partido Comunista da China. De acordo com Pomar, a ideia é enviar quadros para participar de atividades na capital chinesa e receber, no Brasil, professores do instituto para que possam repassar como desenvolveram a filosofia de formação permanente e contínua aos membros do PT.

A Escola Central do Partido Comunista da China foi fundada em 1933, antes mesmo da Revolução de 1949, sob o nome de Escola Marx de Comunismo. Localizada no distrito de Haidian, na capital chinesa, a instituição ministra, desde 2012, cursos de mestrado em 14 áreas e de doutorado, em oito.

Da Redação

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