Com quase um milhão de mortes por Covid-19, mundo bate recorde de casos

Foram quase dois milhões de infecções entre 14 e 20 de setembro, o maior registro semanal desde o início do surto, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Exceto pela África, todas as regiões registraram alta no ritmo de contaminações, que já somam 31,9 milhões de casos. Com Europa mergulhada em uma segunda onda, Reino Unido estuda novo ‘lockdown’ após explosão de casos. Longe de quadro de controle no Brasil, sete estados apresentam alta no índice de mortes, o maior aumento em um mês. Nesta quarta-feira (23), país contabiliza 138.410 mortes por coronavírus e 4,6 milhões de contaminações

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Biolsonaro expõe Brasil a uma segunda onda do coronavírus

Prestes a ultrapassar a marca de um milhão de mortes por coronavírus, o planeta bateu um recorde de novas infecções em uma semana, sinal de que a pandemia ainda percorrerá um longo caminho de contágio pelo mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 14 e 20 de setembro, quase dois milhões de contaminações foram registradas em todas as regiões, com exceção da África. É o maior aumento de casos – 6% – desde o início da pandemia. A agência trouxe uma boa notícia: a redução de 10% no número de óbitos, com 37,7 mil mortes na mesma semana. A leve queda não diminuiu, contudo, o impacto do alarme que ressoa na Europa, já mergulhada em uma segunda onda de contaminações.

No Brasil, houve aumento de mortes em sete estados, a maior alta por unidades da Federação em um mês, outra indicação clara de que ainda não há um controle da disseminação do vírus. Com uma média móvel de 707 vítimas fatais diárias, o país tem 138.410 óbitos e 4.602.241 casos da doença, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Em 24 horas, foram confirmadas 35.252 novas infecções. A média móvel girou torno dos 30 mil casos por dia, uma variação de 7% em relação aos casos contabilizados nas duas últimas semanas.

A atual média de distanciamento social reflete os focos de aglomerações vistas em todo o país no mês de setembro, confirmando que ainda há um quadro de descontrole do surto. Segundo dados da ferramenta GEOCOVID, nenhum estado apresenta índice de isolamento acima de 40%. A média nacional registrada em 21 de setembro estacionou em 35,9%. Pouco menos de um mês antes, no dia 23 de agosto, o índice era de 47,5%.

Europa soa alarme; Reino Unido pode voltar ao lockdown

O avanço do coronavírus soou um forte alarme na Europa depois que vários países bem sucedidos na contenção do coronavírus  foram atingidos por uma segunda onda da pandemia. França, Rússia, Espanha e Grã-Bretanha anunciaram o maior número de novos casos na Europa na semana passada. Já a Hungria e a Dinamarca relataram o maior aumento relativo em mortes.

O Reino Unido, por exemplo, considera voltar ao lockdown, definido por medidas rígidas de confinamento e adotado há seis meses pelo primeiro-ministro Boris Johnson. Nesta quarta-feira, houve a confirmação do contágio de mais de 6 mil pessoas em 24 horas.

Novas medidas para frear contaminações

Na terça, Johnson anunciou novas medidas para frear uma segunda onda de Covid-19, como a ampliação do uso de máscaras em bares, restaurantes e a aplicação de multas para quem descumprir as regras de proteção. Eventos esportivos, que estavam marcados para voltar em outubro, também foram suspensos. O horário do funcionamento de pubs e restaurantes também foi reduzido e todos devem fechar as portas às 22h.

“Sempre dissemos que temos uma série de medidas a tomar”, anunciou o ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, em uma entrevista de TV. “Acho que não devemos especular sobre o que mais podemos fazer. Mas a realidade é que eles serão mais intrusivos ou podemos acabar em um confinamento nacional. É isso que queremos evitar”, disse o chanceler.

Bolsas em queda

O nível de alerta para a disseminação do vírus subiu para 4, em uma escala até 5, de acordo com serviço médico britânico. O número de novos casos está dobrando a cada semana, alertam pesquisadores. Com quase 410 mil casos, o Reino Unido amarga uma das piores taxas de letalidade do vírus na Europa. Desde o início da pandemia, 41,8 mil britânicos morreram em decorrência do surto.

Segundo Dominic Raab, se todos cumprirem as regras, não haverá necessidade de um confinamento nacional durante o Natal. Para o chanceler, seria algo que “impactaria a sociedade e as famílias e também prejudicaria os negócios”. No início da semana, o mercado financeiro reagiu mal com a possibilidade de um lockdown na Inglaterra. As Bolsas da Europa tiveram a maior queda desde junho, de até 3% no mercado de ações. O baque também foi sentido no Brasil, onde o Ibovespa registrou recuou mais de 2%.

Caos sanitário e econômico, a fórmula de Bolsonaro agrava a crise

Como o governo brasileiro não tem estratégia para a contenção da pandemia e muito menos um plano de reconstrução econômica, quedas na Bolsa e fuga de capitais serão apenas mais uma consequência da fórmula adotada por Bolsonaro: desastre sanitário e caos econômico. A pandemia anda, cada vez mais, de mãos dadas com a incompetência do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A fuga de capitais, por exemplo, bateu recorde em 2020, reflexo da total falta de confiança que Bolsonaro e Guedes inspiram no mercado. Somente entre janeiro e agosto, o país perdeu U$ 15,2 bilhões em investimentos, a maior fuga de capitais desde 1982, ano em que o Banco Central passou a divulgar os dados.

Também no período, investidores estrangeiros decidiram tirar cerca de R$ 87,3 bilhões da Bolsa brasileira. O montante é quase o dobro dos R$ 44,5 bilhões retirados em todo o ano de 2019. Com o agravamento da crise ambiental, o ministro Paulo Guedes pode esperar novas debandadas e mais caos econômico e desemprego.

A pandemia escancarou para os investidores estrangeiros a penosa condição de pária internacional imposta ao país por causa do desgoverno de Bolsonaro. Diferentemente das eras Lula e Dilma, investidores agora preferem arriscar seus negócios em outras paragens a queimar dólares nas chamas agonizantes do Pantanal e da Amazônia.

Da Redação, com agências internacionais e ‘UOL’

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