COP 30: governo Lula destina R$ 126 mi ao Fundo Amazônia
Alertas de desmatamento na Amazônia caíram 46% em 2024, quando comparado a 2022 e a meta é zerar a taxa de todos os biomas até 2030
Publicado em
O Brasil retoma o protagonismo ambiental com o governo do presidente Lula atuando numa intensa agenda que perpassa todas as áreas da gestão, do combate à fome à soberania energética. Entre as medidas mais recentes está a nova ação do programa Restaura Amazônia, que levará à COP 30 o maior programa de reflorestamento com florestas produtivas do mundo.
O resultado do último edital do programa foi divulgado nesta quinta-feira (16) e garantirá a inédita destinação de R$ 126 milhões do Fundo Amazônia para projetos de recuperação de 4,6 mil hectares, plantio de 6,7 milhões de árvores e geração de 1.680 empregos em 80 assentamentos em sete estados, beneficiando cerca de seis mil famílias.
A iniciativa dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Desenvolvimento Agrário e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do Fundo Amazônia, foi destaque na abertura do evento “Participação Social na Agenda de Ação COP 30”, na Universidade de Brasília (UnB).
Leia mais – Lula, na ONU: “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”
“A recuperação de áreas degradadas nos assentamentos do Arco da Restauração é fundamental para reverter o desmatamento na Amazônia, fortalecendo as cadeias produtivas e criando alternativas de renda para os assentados da reforma agrária”, assinalou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante o evento.
A iniciativa Restaura Amazônia atua em assentamentos da reforma agrária, mais especificamente em territórios críticos de desmatamento como o Arco da Restauração, que vai do Maranhão ao Acre. Os projetos dos assentados recebem apoio para implementar ações de restauração ecológica e fortalecimento da cadeia produtiva no Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins.
Ciclo de prosperidade com a ‘COP da implementação’
O Brasil governado por Lula tem o que mostrar ao mundo: os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 46% em 2024, quando comparado a 2022 e a meta é zerar a taxa de todos os biomas até 2030.
Mais especificamente os impactos do Restaura Amazônia farão a diferença no enfrentamento ao desmatamento e darão ao Brasil ainda mais destaque às vésperas da COP 30, como observou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
“A restauração produtiva faz com que a gente tenha as florestas produtivas”, ressaltou ela, ao exaltar que o governo quer mostrar que é possível um novo ciclo de prosperidade e sem deixar para trás as mulheres, os jovens, os indígenas, os quilombolas e a população negra.
Leia mais – Lula anuncia aporte de US$ 1 bilhão no Fundo de Florestas Tropicais para Sempre
“É por isso que a COP 30 tem que ser a COP da implementação: decidimos que é preciso fazer a transição para o fim do desmatamento. A COP 30 haverá de sair de Belém com novas bases para que a gente faça o enfrentamento da mudança do clima”, ressaltou Marina.
Ouça o boletim da Rádio PT
Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, alertou para o ineditismo da iniciativa. “Nunca antes na história, o BNDES e o MMA entregaram tanto com o Fundo Amazônia”, apontou. “É uma ação histórica o que estamos anunciando: a seleção dos parceiros que vão fazer restauro florestal em 80 assentamentos. A gente precisa regularizar as terras da Amazônia, e só há uma forma de fazer isso, que é com investimento público para garantir que os órgãos possam fazer regularização fundiária”, destacou.
Menina dos olhos dos trabalhadores rurais
O Restaura Amazônia se transformou na menina dos olhos dos trabalhadores rurais do bioma, na visão do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. “Validamos este programa em todo território, conversando com assentados da reforma agrária, organizações do campo, ribeirinhos e quilombolas”, detalhou, ao apontar que o que está sendo financiado é o reflorestamento com espécies produtivas que são mais rentáveis do que a soja e do que a pecuária.
“Na COP 30, o Brasil vai entregar o maior programa de reflorestamento, com florestas produtivas, do mundo e com grande perspectiva de desenvolvimento econômico”, exaltou.
Projetos selecionados
Na área do Acre, Amazonas e Rondônia, denominada macrorregião 1, foram selecionados os projetos das entidades Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé), Associação SOS Amazônia, Greendata Centro de Gestão e Inovação Socioeconômica e Ambiental, Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil (Itaipu Parquetec) e União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Rondônia (Unicafes).
O processo de seleção foi conduzido pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), parceiro gestor selecionado pelo BNDES para a área.
Já a macrorregião 2, com Mato Grosso e Tocantins, as propostas selecionadas foram apresentadas por Instituto Perene, Instituto Centro de Vida (ICV), Itaipu Parquetec, Black Jaguar, Associação Humana Povo para Povo Brasil (Humana Brasil) e Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto). A Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável, parceiro gestor selecionado pelo BNDES, foi responsável pelo edital da região.
Pará e Maranhão, que compõem a macrorregião 3, teve propostas selecionadas feitas pela Fundação Solideriedad, Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Instituto de Avaliação – Pesquisa, Programas e Projetos Socioambientais, Centro de Pesquisa Ambiental do Nordeste (Cepan) e Cooperativa Alternativa dos Pequenos Produtores do Alto Xingu. O parceiro responsável pela seleção de projetos na região foi a Conservação Internacional (CI).
Da Redação, com Agência BNDES de Notícias
