Covid-19: disparada de casos e mortes nos EUA e Europa alerta autoridades

Um dia após a eleição americana, os EUA bateram recorde de novos casos de coronavírus, registrando 103 mil infecções e mais de mil mortes em 24 horas. Nesta quinta-feira (5), o país ultrapassou a marca de 240 mil mortos e se aproxima de 10 milhões de infecções, com 9,8 milhões de americanos contaminados. Especialistas preveem inverno “doloroso”. Na Europa, óbitos subiram 43% em sete dias. Brasil volta a registrar alto número de vítimas fatais na quarta-feira (4), quando foram computados 622 óbitos

Um inverno soturno se aproxima, trazendo perspectivas nada animadoras para a Europa e os EUA. Enquanto o bloco europeu encontra-se mergulhado em uma segunda onda de contaminações por Covid-19, os EUA bateram recorde de novos casos na quarta-feira (4), registrando mais de 103 mil infecções em 24 horas, segundo o Covid Tracking Project.

Nesta quinta-feira (5), os EUA ultrapassaram a marca de 240 mil mortos e já chegam perto de 10 milhões de infecções, com 9,8 milhões de americanos contaminados. As mortes também subiram cerca de 15%, uma assustadora marca de mais de mil óbitos diários apenas um dia após as eleições americanas.

As vítimas fatais em decorrência da doença também subiram no Brasil, chegando a 622 óbitos na quarta-feira. Segundo a última atualização da Universidade John Hopkins, o mundo registra atualmente 48,8 milhões de casos e mais de 1,2 milhão de mortes.

Seguindo o exemplo de França, Bélgica e Alemanha, a Inglaterra entrou em nova fase de lockdown. Comércio não essencial, bares e restaurantes permanecerão fechados até o dia 2 de dezembro. Na quarta-feira, o primeiro ministro Boris Johnson admitiu que o sistema de saúde britânico poderá entrar em colapso por causa do aumento de casos.

Johnson afirmou que o número de pacientes em alguns hospitais é maior do que o pico registrado durante a primavera europeia. O temor é que o número de óbitos ultrapasse os da primeira fase da doença.

“Quando vejo o que está acontecendo agora com alguns de nossos amigos continentais – médicos com teste positivo sendo obrigados, infelizmente, a trabalhar em enfermarias e pacientes transportados de avião para hospitais de outros países para ganhar espaço – eu só posso chegar a uma conclusão: não irei arriscar a vida do povo britânico “, disse Johnson, ao justificar as medidas.

O Reino Unido anunciou o segundo maior aumento diário de casos, com 25.177 novas infecções registradas em 24 horas. Houve mais 492 mortes, de acordo com dados do governo, e o número de pacientes hospitalizados com Covid-19 aumentou para 12.320.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma semana novos casos de coronavírus aumentaram 22% na Europa. Já as mortes subiram 43% nas nos últimos sete dias. França, Itália e Reino Unido relataram o maior número de casos.

Pressão sobre a rede hospitalar

“A França foi responsável pelo terceiro maior número de novos casos em todo o mundo, com mais de 275 mil infecções relatadas na semana passada. O número corresponde a um aumento de 27% em relação à semana anterior”, diz o relatório da agência da ONU. A OMS manifestou preocupação com uma sobrecarga dos sistemas de saúde do país, cuja ocupação de leitos de UTI “está aumentando rapidamente no país”.

Segundo reportagem da rede ‘CNN’, a segunda onda do surto na Europa já coloca hospitais de vários países europeus sob forte pressão. “Unidades de terapia intensiva na capital belga, Bruxelas, atingiram sua capacidade máxima na segunda-feira (2), e militares foram enviados a uma nova unidade de emergência para ajudar a aliviar o congestionamento em hospitais na região de Liège”, relata a ‘CNN’.  Nas  últimas 24 horas, a Bélgica bateu recorde de internações com o encaminhamento de 877 pacientes para leitos de UTI. 

O descontrole do vírus também atingiu a Alemanha, que noticiou quase 20 mil novas infecções em 24 horas, o maior número de registros em apenas um dia. Na Itália, há um alerta para a ameaça de colapso total do sistema de saude até final de novembro, quando todos os leitos de UTI poderão ficar indisponíveis. O governo dividiu o país em zonas de alerta, cada uma com restrições diferentes em áreas definidas como laranja e vermelha.

Inverno doloroso na América

Os EUA não poderão se dar ao luxo de comemorar a vitoria de Joe Biden ou a reeleição de Donald Trump para o comando da Casa Branca. Seja quem for o vencedor, terá de se preparar para lidar com um inverno de “muita dor”, como prevê Anthony Fauci, o maior especialista em doenças infecciosas da América. Fauci alarmou as autoridade de saúde ao afirmar que os EUA podem registrar mais de 100 mil casos da doença por dia e um aumento no número de mortes no fim do ano.

Segundo o Covid Tracking Project, 34 estados reportaram mais de mil novos casos diários. 16 estados chegar a um pico de hospitalizações.

Trump, que chegou a alardear que havia acabado com a pandemia, ameaçou demitir Faucy durante um dos últimos comícios de campanha. O presidente chegou a zombar de Joe Biden por usar máscara. Enquanto isso, a pandemia segue totalmente descontrolada pelo país e pode deixar um sistema de saúde em frangalhos ao vencedor do pleito.

O diretor do National Institutes of Health, Francis Collins, argumentou nesta semana que se a maioria dos americanos usar máscaras, 130 mil pessoas poderão ser salvas até março. Mas se as pessoas continuarem a ignorar as medidas de proteção, o número de mortos pode chegar a 1 milhão até o final de fevereiro, disse ele.

Da Redação, com agências internacionais

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