Doria corta R$ 108 mi da área social em São Paulo e necessitados sofrem

Focado em preservar sua imagem, governador tucano corta verba dos programas que ajudam pessoas em estados de vulnerabilidade; área social teve corte de 13%

Agência Brasil

O governador de São Paulo, João Doria

No melhor estilo BolsoDoria, a gestão do tucano escolheu cortar dos mais necessitados e em estado de vulnerabilidade para reduzir os custos da ‘máquina’. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o setor que abriga programas como Bom Prato e Vivaleite – programas sociais do estado de São Paulo – deve terminar o ano com diminuição total de R$ 108 milhões de reais.

Apesar de ser uma das principais formas de auxílio para as pessoas desempregadas e em situação de rua, a área de assistência social sofre grande redução nos últimos anos no estado, uma característica dos governos que seguem essa linha. Em 2019, a variação negativa é de 13%, com redução de R$ 833 milhões para R$ 725 milhões.

O programa que mais sofreu com os cortes foi o Vivaleite que distribui leite para crianças e idosos em situação de vulnerabilidade. O orçamento de R$ 222 milhões caiu para R$ 173 milhões. Outros programas como Renda Cidadã, Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Ação Jovem e Bom Prato também sofreram uma redução de R$ 62 milhões ao todo.

De acordo com a Folha, em unidades do programa Bom Prato já chegam a faltar refeições. “A unidade dos Campos Elíseos passou a barrar a entrada antes do fim do horário mínimo previsto, às 13h, porque acabaram as cotas de refeições para aquele dia.”. Fontes afirmaram ao jornal que a falta de comida nas unidades tornou-se rotina.

Doria foca em ‘vitrine’

 

A presidenta do Cress-SP (Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo), Kelly Melatti, afirmou à Folha que a área social é sempre a primeira a ser cortada. “É porque a assistência social lida com uma população que nem sempre é ouvida, desempregada, vítima de violência”.

Almejando sair para a corrida presidencial em 2022, Doria investe nas áreas que mais lhe dão visibilidade e, assim, negligencia os mais necessitados. Um dos exemplos foi quando o tucano desistiu do contingenciamento de 18% da Cultura, principalmente pela mobilização de personalidades famosas. Outras áreas como saneamento, habitação e direitos da cidadania também foram deixadas de lado e estão sofrendo com os maiores cortes.

A área de Comunicação teve um contingenciamento de 8%, mas, mesmo assim, deve superar em mais de R$ 30 milhões o valor gasto em 2018. O deputado Paulo Fiorilo (PT-SP) criticou o crescimento de gastos nessa área. “O governo pode não fazer absolutamente nada, mas tem outdoor”, disse em plenário, segundo a Folha.

Da Redação da Agência PT de notícias com informações da Folha de S.Paulo

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